GÊNERO, VIOLÊNCIA E INDÚSTRIA DO PETRÓLEO: UM PANORAMA DO IMPACTO DA REFINARIA DE DUQUE DE CAXIAS - REDUC SOBRE A VIDA DAS MULHERES DA BAIXADA FLUMINENSE

Autores

  • Marcelo Aranda Stortti Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Duque de Caxias
  • Leila Salles Costa Faculdade de Filosofia, Ciências e letras de Duque de Caxias

DOI:

https://doi.org/10.21665/2318-3888.v2n3p70-85

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar um panorama sobre violência sofrida pela mulheres na esfera pública, no campo sócio-econômico e que vem atingindo diretamente na saúde, na economia doméstica e na vida das mulheres que vivem na região onde está instalada a indústria do petróleo, especificamente as que residem na região onde foi implantada a Refinaria de Duque de Caxias – REDUC.

A partir das pesquisas do campo da justiça ambiental e do racismo ambiental e pelo aumento dos conflitos ambientais, acidentes na região, buscamos entender como se deu o processo de violação de direitos provocados pela indústria do petróleo em mulheres moradoras de bairros próximo da Refinaria Duque de Caxias.

Para levantar os dados dessa pesquisa utilizamos a metodologia história oral, pois a partir das histórias de vida dessas mulheres teríamos um olhar privilegiado das experiências e lutas vivenciadas por esse grupo social.

Como resultados, identificamos vários tipos de violações dos direitos das mulheres causados pela indústria do petróleo em Duque de Caxias na Baixada Fluminense. Podemos destacar os seguintes: aumento da prostituição, as explorações sexuais, a gravidez precoce de jovens da comunidade por trabalhadores da cadeia produtiva do petróleo, que ao finalizarem o seu serviço na região, determinado pelo tempo de trabalho cumprido, voltam para os seus estados de origem e para suas respectivas famílias, abandonando as jovens mães com os seus filhos, não reconhecendo a paternidade e não pagando a pensão alimentícia; o aumento de casos de doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS; a diminuição da renda familiar e a falta de qualificação profissional e respectiva desocupação. No campo da justiça e racismo ambiental podemos observar que além das questões de pobreza e de grupos étnicos, a questão de gênero reforça a ideia da desigualdade. A partilha injusta de direitos, recursos e poder, bem como, regras e normas culturais repressivas, constrangem a capacidade de muitas pessoas para agir diante de uma injustiça socioambiental. Isto é especialmente verdade para as mulheres. Por conseguinte, gênero é um fator essencial para entender a vulnerabilidade desse grupo social a uma injustiça socioambiental.

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Biografia do Autor

Marcelo Aranda Stortti, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Duque de Caxias

Sou coordenadoer e professor do Departamento de Biologia e professor do Departamento de Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Duque de Caxias. Desenvolvo pesquisas nas áreas de educação meio ambiente e saúde publica. Atualmente desenvolvo pesquisas com formação inicial e continuada de professores,  desenvolvimento de produtos pedagógicos (jogos, atividades lúdicas e tecnológicas etc) questões epidemiológicas com grandes complexos industriais e a Redução de Riscos de Desastres Naturais e tecnológicos-científicos. Além do campo dos conflitos socioambientais, justiça ambiental e racismo ambiental

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Publicado

2014-12-10

Edição

Seção

Dossiê: Gênero e Sexualidade