Situação da pesca de camarões na plataforma continental amazônica / Current situation of shrimp fishery on the amazon continental

Autores

  • José Augusto Negreiros Aragão Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
  • Israel Hidenburgo Aniceto Cintra Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos, Universidade Federal Rural da Amazônia
  • Kátia Cristina de Araújo Silva Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos, Universidade Federal Rural da Amazônia

DOI:

https://doi.org/10.2312/Actafish.2015.3.2.61-76

Palavras-chave:

Amazônia, plataforma continental, pesca, camarão-rosa / Amazon, continental shelf, fishery, brown shrimp

Resumo

Resumo A pesca de camarões na costa Norte ocorre da foz do rio Parnaíba (02o53’S), até a foz do rio Oiapoque (04o23’N), abrangendo os estados do Piauí, Maranhão, Pará e Amapá, principalmente na faixa de profundidade entre 40 e 80 m. A pesca artesanal é praticada em águas rasas, nos estuários e nas reentrâncias por embarcações de pequeno e médio porte e as pescarias de alto mar são realizadas por barcos industriais. O estoque vem sendo explotado em níveis moderados em anos recentes, embora tenha sofrido elevadas taxas de explotação na década de 1980, o que levou a uma redução do tamanho da população. O rendimento máximo sustentável foi estimado em 4.032 t/ano, para um esforço de pesca de 19.370 dias de mar, com tendência a recuperação dos estoques nos últimos anos. O processamento dos camarões tem início a bordo e é finalizada na indústria, onde é classificado em categorias, congelado, embalado e estocado em câmara frigorífica, até a expedição para o mercado. A maior parte da produção industrial de camarões é destinada ao mercado externo, na forma de caudas congeladas e uma pequena parcela é comercializada nos mercados local e nacional. Atualmente, apenas três empresas de grande capacidade, sediadas em Belém, atuam no processamento de camarões. As medidas de regulamentação em vigor visam o controle do esforço de pesca e a proteção do recrutamento de juvenis nas áreas de crescimento e de pesca. O fechamento da pesca na área tem sido estabelecido entre o último e primeiro trimestre do ano, quando é maior a intensidade de recrutamento.

Abstract The shrimp fishery is situated between the mouth of the river Parnaíba River (02o53'S) and the mouth of the Oiapoque River (04o23'N), comprising the coast of the states of Piauí, Maranhão, Pará and Amapá. The fishery in shallow water and estuaries is conducted by small artisanal and medium wooden vessels and at high it sea is carried out by industrial vessels with steel of hull, operatingt mainly in depths between 40 and 80 meters. The stock has been exploited at moderate levels in recent years, although it has suffered high rates of exploitation in the 80’s, which led to a reduction in population size. The maximum sustainable yield, considered a long-term average, was estimated at 4,032 ton of tail per year for a fishing effort of 19,370 days at sea. In recent years, it is observed a tendency of recovering of the population biomass, but annual fluctuations are characteristics of the species. The flow of the Amazon River is the main environmental factor that governs the conditions of the coastal environment in the region, correlating with the fluctuation of the brown shrimp population abundance. The processing of the shrimps is initiated on board and finalized in processing industries at land, where they are classified into commercial categories, frozen, packaged and maintained in cold storage while awaiting the shipment to the consumer market. Traditionally, most of the industrial shrimp production is destined to the foreign markets as frozen tails. A relatively small share of the industrial production is sold in the local market and in other states of the country. In recent years, the number of shrimp processing companies has decreased and currently only three large capacity companies are in operation in the state of Pará, all based in the capital city Belém. The regulatory measures in place are oriented mainly to the control of the fishing effort, with limitation of the number of boats operating, and protection of the recruitment of juveniles to growth and fishing areas, thorough a closed season between the last and first quarter of the year.

Biografia do Autor

José Augusto Negreiros Aragão, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Possui graduação em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará (1987), mestrado em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará (1996) e doutorado em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo (2012). Atualmente é analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Tem experiência na área de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, atuando principalmente nos seguintes temas: desembarque de pescado, guyana-brazil shelf, estatística pesqueira, pink shrimp e farfantepenaeus subtilis.

Israel Hidenburgo Aniceto Cintra, Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos, Universidade Federal Rural da Amazônia

Possui Graduação em Engenharia de Pesca (1988), Especialização em Tecnologia de Produtos Pesqueiros (1991), Mestrado em Engenharia de Pesca (1996) e Doutorado em Engenharia de Pesca (2009) pela Universidade Federal do Ceará. É professor do Curso de Engenharia de Pesca e do Programa de Pos-graduação em Aquicultura e Recursos Aquaticos Tropicais da Universidade Federal Rural da Amazônia. Atualmente e o Editor Chefe do Boletim Tecnico Cientifico do Cepnor. Tem experiência na área de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase em Dinâmica Populacional de Crustáceos e Ciência e Tecnologia do Pescado, atuando principalmente nos seguintes temas: Programa revizee, lagosta, caranguejo uçá, camarão rosa, mapará, pescada branca, curimatá, jatuarana, camarão do amazonas, rio Tocantins, UHE Tucuruí e pesca na Amazônia (industrial e artesanal).

Kátia Cristina de Araújo Silva, Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos, Universidade Federal Rural da Amazônia

Possui graduação em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (1990) e doutorado em Recursos Biológicos da Zona Costeira Amazônica pela Universidade Federal do Pará (2012). Atualmente é professora adjunta II da Universidade Federal Rural da Amazônia e pesquisadora do Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Norte. Tem experiência na área de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase em Manejo e Conservação de Recursos Pesqueiros Marinhos, atuando principalmente nos seguintes temas: decapoda, região norte, crustáceos, revizee norte e camarões.

Referências

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Publicado

2016-03-03

Edição

Seção

Artigo