Chamada para publicação de artigos

2017-09-08

## CHAMADA PARA ARTIGOS ##


Dossiê Socialidades Interespecíficas

PRAZO: 30/10

Organizadores:

Ugo Maia (DCS/INUMA/PPGA/UFS)

Beto Vianna (DLI/INUMA/PPGA/UFS)

 

Em face do grande volume de estudos envolvendo o animal e a relação humano-animal – recortados ou transpassados pelos eixos moral, econômico, cognitivo, fisiológico ou social, e produzidos no âmbito de disciplinas diversas como a antropologia, a sociologia, a psicologia, o direito, a medicina veterinária, a zootecnia e a filosofia – é imperativo considerarmos exercícios que radicalizem a alteridade do animal a fim de também radicalizarmos a identidade do humano. Pensar o humano no animal, pensar o animal no humano, pensar o humano através do animal ou pensar a ambos como processos coontogênicos instáveis, faz emergir territórios fluidos, marcados por intensidades, alianças e antagonismos capazes de pulverizar todo o humanismo tradicional, abrindo-se espaço para uma reflexão ampliada sobre as interfaces humano e não humano com consequências diversas para os fundamentos epistemológicos das áreas do saber mencionadas, em especial a antropologia, a linguística, a filosofia e os estudos em cognição humana e não humana. Simultaneamente às socialidades humano-animal, vê-se a presença histórica e intensa, em sistemas sociais diversos, de entes “inanimados”, tais como artefatos rituais, criações biotecnológicas, computadores, smartphones e sistemas bancários, plenos de agência e/ou intencionalidade, compondo complexos emaranhados de relações com os humanos caracterizados sob a forma de redes, malhas e conexões.

 

O Dossiê “Socialidades interespecíficas”, da Revista Ambivalências, pretende reunir contribuições de pesquisas bibliográficas ou de natureza etnográfica a respeito das múltiplas formas que assumem as associações entre humanos e não humanos, seja no que concerne à relação com o animal (caça, ajuda mútua, competição, pets, animais de rua, animais de produção, trabalho e entretenimento, entre outros); à relação com artefatos em contexto de coletivos não hegemônicos, como os ameríndios e afro-brasileiros; ou à composição de redes sociotécnicas modernas. Espera-se que os trabalhos tragam indagações profícuas a respeito do papel social e do lugar cultural da artificialidade das divisas humano/não humano; material/imaterial; animado/inanimado, revelando outras maneiras de construir/desconstruir o persistente divisor natureza/cultura.