MULHERES NÃO DEVEM SORRISOS: ARTE URBANA FEMINISTA E O DISCURSO DAS EMOÇÕES

Autores

  • Marielen Baldissera Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.21665/2318-3888.v8n15p68-99

Resumo

Neste artigo analiso o trabalho de duas artistas que produzem arte urbana relacionada a questões de gênero e que tem como ponto de partida situações de violência. São elas Panmela Castro (Brasil) e Tatyana Fazlalizadeh (EUA). É objeto de reflexão o modo como algumas emoções, como raiva e medo, aparece em seus discursos e de que maneira se entrelaçam com o fato de elas serem mulheres negras que ocupam o espaço público politicamente. As divisões dicotômicas mulher/emoção/espaço privado e homem/razão/espaço público são abordadas e, também, sua utilização como instrumentos de dominação. Existe o consenso ocidental de que mulheres são naturalmente mais emotivas e suscetíveis ao descontrole do que os homens. Sendo assim, investigo a abordagem que a antropologia desenvolve a partir da micropolítica das emoções, que, nos casos analisados, aparecem como potência para alterar a dimensão macrossocial. Investigo em que local os feminismos e as artistas feministas colocam a raiva em seus discursos antissexistas e antirracistas e, como a utilizam como combustível para agir de forma política e militante, criando peças de arte e protesto. Elas partem de experiências pessoais e provocam reações coletivas e individuais, gerando incômodo e reflexão em um mundo de verdades estabelecidas masculinas e brancas. Realizei esta pesquisa por meio de consulta de material disponível online, acessando entrevistas, vídeos, fotografias e o conteúdo dos sites oficiais das artistas.

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Biografia do Autor

Marielen Baldissera, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGAS/UFRGS), bolsista CAPES. Mestra em Artes Visuais na linha de Poéticas Visuais e Bacharela em Artes Visuais pela UFRGS.

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Publicado

2020-08-13

Edição

Seção

Dossiê: Arte e Gênero