“OS PANKARARU PAULISTANOS” UMA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA ÉTNICO-IDENTITÁRIA

Autores

  • Fábio do Espirito Santo Martins UNESP/FCL Araraquara

DOI:

https://doi.org/10.21665/2318-3888.v2n4p97-123

Resumo

Este trabalho pretende ampliar a compreensão a respeito do contexto de inserção de uma comunidade indígena, a saber, os Pankararu, em uma realidade social bastante antípoda em relação àquilo que o senso comum concebe como o espaço devido às sociedades indígenas. O que neste caso especificamente, é a favela do Real Parque, bairro da zona sul de São Paulo. O trabalho evidenciou a marginalização e a exclusão da cultura indígena da ordem hegemônica da vida social, e a predominância de uma visão marcada pela representação estereotipada sobre os Pankararu e sua cultura. Desafiante, portanto, quando se propõe analisar o modo de vida de uma comunidade indígena em um contexto urbano, em que têm que enfrentar condições precárias de existência e manter suas peculiaridades culturais em um ambiente bastante adverso. Em que a sociedade não indígena espera que equilibrem os elementos tradicionais de sua cultura, convivendo com as características particulares dos grandes centros urbanos. Neste sentido, quaisquer concepções, que pretendam ser, naturalizadas quanto à cultura e idealizadas em relação aos indígenas, virão a constituírem-se como equívocos conceituais significativos e a causar sérios problemas. Já que, a cultura e a tradição são conceitos distantes de algo imóvel, fechado em si mesma. Pois bem, as reflexões apresentadas, possibilitam a visualização de experiências socioculturais concretas, que os processos de recriação e afirmação identitárias ocorridos na modernidade global, necessariamente, propõem novas perspectivas para o entendimento de categorias sociais e conceituais, tais como a identidade e a cultura.  Para aí então, se caracterizarem como instrumentos de luta pelo seu reconhecimento como indígenas de fato, por meio de reivindicações políticas que exigem o cumprimento de seus direitos constitucionais, e culturais diferenciados. Além ainda, de tornar bastante claro, as vastas limitações que os órgãos indigenistas do país mantêm em relação à realidade social contemporânea aqui analisada, isto é, a concentração de populações indígenas nas grandes cidades do país.

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Publicado

2015-05-09

Edição

Seção

Artigo