CYBER-RELAÇÕES: SUJEITOS E IDENTIDADES NAS REDES SOCIAIS

Resumo

Neste artigo refletimos sobre os novos sujeitos e identidades que vêm sendo construídos através do uso das redes sociais na internet. Que argumentos justificam a criação de um perfil virtual? O que os usuários do Facebook, do Twitter ou do Instagram buscam ao fazer uso destas plataformas? Quais as implicações da valorização da projeção virtual dos acontecimentos? No intuito de contextualizar estas indagações e melhor compreendê-las, optamos pelo desenvolvimento de uma pesquisa de caráter qualitativo. Foram realizadas entrevistas com vinte sujeitos, acadêmicos de cursos de graduação da UNOESC-SC, nascidos na década de 1990 e que na época do desenvolvimento do estudo participavam de redes sociais e mantinham relações mediadas por instrumentos tecnológicos. A delimitação da amostragem deu-se por conveniência. Os dados oriundos da realização das entrevistas foram transcritos e analisados de acordo com as orientações do método hermenêutico-dialético. Como resultado, verificou-se que entre os vinte participantes, atrair a atenção é uma das prioridades do uso das redes sociais (visto que a intenção das postagens é receber “curtidas”), e que “ser popular” é considerado um ideal a ser conquistado. Conclui-se, neste sentido, que a dinâmica que mantém os usuários interconectados é narcísica, e que a necessidade excessiva de exposição, por ter se tornado cotidiana, incita a modificação das formas segundo as quais os sujeitos enxergam e definem a si. No ciberespaço, novos sujeitos e identidades se fundem em ‘modos de ser’ atualizados, os quais repercutem também no mundo das relações off. Buscar apreender estas implicações constituem alguns dos desafios a serem perseguidos para o desenvolvimento de estudos nesta área.