MIGRAÇÕES, CIDADANIA E INTERCULTURALIDADE: PARA UMA ANÁLISE CRÍTICA DO PARADIGMA DOMINANTE NAS CIÊNCIAS SOCIAIS

Autores

  • João Carlos Relvão Caetano Universidade Aberta de Portugal
  • Ana Maria Lourenço Paiva Universidade Aberta de Portugal

DOI:

https://doi.org/10.21665/2318-3888.v6n11p35-63

Resumo

As primeiras décadas do século XXI caracterizam-se por serem de grande mobilidade de pessoas em todo o mundo, por períodos curtos ou longos, facilitada pelos novos meios de locomoção e comunicação. Entre as razões que levam a que as pessoas se movam de um lugar para outro estão a procura de trabalho e de melhores condições de vida. Mas há também pessoas que se movem por razões económicas e de segurança, correndo sérios riscos de vida, seja por causa dos frágeis meios de transporte que usam, seja por não serem recebidas ou desejadas nos países onde pretendem chegar. Particularmente nos países ocidentais, assiste-se a esforços políticos, cívicos e jurídicos visando a proteção dos muitos milhares de migrantes que aí pretendem chegar, mas que na prática têm fracassado, por falta de vontade ou incapacidade dos Estados de destino de responderem ao que, de acordo com o direito internacional, são obrigações suas. A desresponsabilização dos governos decorre do sentimento dos eleitorados nacionais que se afirmam crescentemente contra a entrada de imigrantes nos seus territórios. Partindo da verificação de que as sociedades ocidentais são sociedades de imigração e precisam de imigrantes para serem prósperas, procura-se perceber por que razão as medidas ditas de integração dos imigrantes têm fracassado e de que modo isso está relacionado não só com o modelo de integração multicultural mas também com a incapacidade das ciências sociais, em particular da sociologia, de conhecerem a realidade da imigração e de darem respostas eficazes que permitam aumentar a coesão social vista como condição para que a imigração, sendo necessária, funcione. Partindo da análise científica do trinómio “migrações”, “cidadania” e “interculturalidade”, os autores desenvolvem e propõem um paradigma alternativo ao paradigma dominante nas ciências sociais nesta matéria, evidenciando a maior importância das razões económicas e sociais (incluindo os direitos políticos dos imigrantes) sobre as razões culturais, como forma de garantir uma vida digna aos imigrantes, futuros cidadãos.

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Biografia do Autor

João Carlos Relvão Caetano, Universidade Aberta de Portugal

Doutorado em Ciências Políticas, na Especialidade de Ciência da Administração, pela UAb, em 2007, é Mestre em Economia Europeia, pela Universidade de Coimbra.


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Publicado

2018-10-03

Edição

Seção

Dossiê: Migrações, Interculturalidades e Direitos Humanos