A SEXUALIDADE COMO ELEMENTO GESTOR DAS RELAÇÕES NAS UNIDADES DE CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

Autores

  • Fernanda Bottari Lobão dos Santos Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós graduanda em Psicologia Jurídica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). fernandablobao@gmail.com. Rio de Janeiro, Brasil.
  • Aline Monteiro Garcia Universidade Estácio de Sá (Docente). Universidade Federal do Rio de Janeiro (Bolsista de Doutorado). Departamento Geral de Ações Socioeducativas (psicóloga)
  • Hebe Signorini Gonçalves Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da UFRJ.

DOI:

https://doi.org/10.21665/2318-3888.v6n12p74-104

Resumo

A adolescência se configura como um período da vida de transformações corporais e peculiaridades na vivência da sexualidade. No caso dos adolescentes que cumprem medida de privação de liberdade, os agentes socioeducativos precisam lidar com os impasses e dificuldades que emergem das expressões da sexualidade. Dessa forma, colocamos em análise o olhar do agente socioeducativo a respeito do exercício da sexualidade dos adolescentes em três unidades do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE), no município do Rio de Janeiro, com a diferenciação e comparação entre as unidades masculinas e a feminina. A pesquisa surge em 2015 a partir da participação no Projeto Parcerias, extensão da UFRJ, que atuou em uma unidade masculina de internação, com grupos constituídos pelos adolescentes em cumprimento de medida e com os agentes socioeducativos. Percebemos que o assunto era evitado e silenciado ao máximo e, portanto, realizamos uma pesquisa através de entrevistas com perguntas semiestruturadas, com restituições em um segundo momento. Os objetivos são: apresentar a legislação e a base teórica acerca da sexualidade na adolescência e das relações entre os adolescentes que cumprem medida nas unidades socioeducativas de internação; verificar como os agentes socioeducativos percebem a sexualidade dos e das adolescentes no período de internação; e evidenciar as diferenças entre as unidades masculinas e a feminina nessa vivência.

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Biografia do Autor

Fernanda Bottari Lobão dos Santos, Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós graduanda em Psicologia Jurídica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). fernandablobao@gmail.com. Rio de Janeiro, Brasil.

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós graduanda em Psicologia Jurídica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). fernandablobao@gmail.com. Rio de Janeiro, Brasil.

Aline Monteiro Garcia, Universidade Estácio de Sá (Docente). Universidade Federal do Rio de Janeiro (Bolsista de Doutorado). Departamento Geral de Ações Socioeducativas (psicóloga)

Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Bolsista CAPES/UFRJ), mestra em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), professora na Universidade Estácio de Sá e psicóloga no Departamento Geral de Ações Socioeducativas do Rio de Janeiro (DEGASE-RJ).

Hebe Signorini Gonçalves, Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da UFRJ.

Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da UFRJ.

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Publicado

2019-01-28

Edição

Seção

Dossiê: Enquadramentos de Estado e violações de direitos