A amizade de Freud e Fliess e a produção do pensamento psicanalítico: dimensão criativa e política

Autores

  • Joana Sampaio Primo Universidade de São Paulo
  • Miriam Debieux Rosa Universidade de São Paulo e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Resumo

 

O presente artigo visa articular o pensamento clínico produzido pela correspondência entre Freud e Fliess e sua ligação com a dimensão política das amizades. Para tanto, analisaremos as cartas de Freud a Fliess como uma troca que privilegiou o encontro com a alteridade, possibilitando a circulação de novas ideias e concepções. Asseveramos a alteridade como uma marca fundamental das amizades, como um saber-fazer com o diferente, de modo a propiciar um espaço entre o eu e o outro por onde circulam pensamentos e afetos, ainda em criação, antes de estar suficientemente ancorado para ir a público. Sendo assim, as amizades configuram-se como um espaço que permite a construção do que podemos chamar de comum: o mundo comum (Arendt, 2010). Defendemos que a correspondência de Freud a Fliess, configurou-se como um espaço em que a alteridade estava a serviço da produção de novos saberes e como espaço político, o que possibilitou a criação da, então controversa, psicanálise.


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Publicado

2018-05-25

Edição

Seção

Artigos: Estudos Teóricos e Ensaios