Do gozo ao mais de gozar

Autores

  • Luís Adriano Salles Souto Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  • Matheus Minella Sgarioni Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
  • Marta Regina de Leão D'Agord PPG Psicologia Social e Institucional Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo

Este trabalho analisa o gozo como um conceito psicanalítico cuja primeira formulação, em Freud (1913), tomou a forma de um mito: o mito de um gozo absoluto pelo pai da horda primitiva. Esse mito, é necessário que se ressalte, já anunciava elementos estruturais que seriam fundamentais para a formulação, por Lacan, do conceito de gozo. Neste artigo, mostramos que, inicialmente, Lacan concebia o conceito de gozo através de uma analogia com a segunda lei da termodinâmica, a entropia. No entanto, quando Lacan formulou que (1) não há gozo do Outro, pois este não possui ser; (2) o Outro é um terreno do qual se limpou o gozo; iniciava-se uma nova concepção de gozo, não mais dependente de uma analogia com a termodinâmica, mas fundada em uma homologia. Lacan renomeava o gozo como mais-de-gozar e estabelecia uma homologia entre o mais-de-gozar e a mais-valia. Lacan estava elaborando uma estrutura discursiva cuja vertente econômica Marx havia revelado. Esse abandono da analogia não acontecia apenas graças à referência marxista, mas constituía também o percurso de uma pesquisa que resultou na elaboração topológica do conceito de objeto, da qual advém a criação do termo êxtimo como o que conjuga o íntimo com a exterioridade radical.

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Biografia do Autor

Luís Adriano Salles Souto, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Psicólogo, Especialista em Atendimento Psicológico, Mestrando em Psicologia Social e Institucional/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Matheus Minella Sgarioni, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Psicólogo, Especialista em Atendimento Psicológico, Mestrando em Psicologia Social e Institucional

Marta Regina de Leão D'Agord, PPG Psicologia Social e Institucional Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Psicóloga, Doutora em Psicologia (UFRGS, 2000). Professora do Departamento de Psicanálise e Psicopatologia do Instituto de Psicologia - UFRGS.

Pesquisadora PPG Psicologia Social e Institucional, Mestrado e Doutorado (UFRGS).

 

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Publicado

2014-06-30

Edição

Seção

Artigos: Estudos Teóricos e Ensaios