PROJETO BENGUELA: EXPERIÊNCIAS DE RAÇA E GÊNERO NA ESCOLA

Autores

Resumo

No presente artigo pretende-se analisar as perspectivas que o “Projeto Benguela: meninas negras contam suas histórias” trouxe para o contexto escolar. O referido projeto iniciou em 2018 e homenageia Tereza de Benguela, líder quilombola em Mato Grosso, no Quilombo do Piolho, no século XVIII.  O projeto é voltado para as turmas de 8º e 9º anos das escolas públicas e consistiu em trazer discussões sobre raça, gênero e sexualidade. As ações do projeto ocorreram por meio de oficinas e consistiram na produção textual livre com foco nas vivências das/dos estudantes a partir de reflexões de textos e pesquisas sobre algumas escritoras/es negras/os. Para a análise do projeto utilizou-se um aporte teórico sobre os conceitos de interseccionalidade, negritude e feminismo negro.  A experiência possibilitou trazer para sala de aula novas referências intelectuais negras e a proposta do Projeto buscou contribuir para uma produção de conhecimento que considere o pensamento e as áreas de conhecimento de forma integrada. Além disso, propôs um reposicionamento de autoimagens ou autodefinições, positivando a imagem da população negra ao trazer referências que contribuíram com a luta antirracista, bem como aquelas que obtiveram grandes conquistas na sociedade.

Palavras-chave: Educação. Relações étnico-raciais. Juventude.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Laila Thaíse Batista de Oliveira, Universidade Federal de Sergipe - UFS

Jornalista, mestre em Comunicação - PPGCOM/UFS.

Ludmila Guerra da Silva, Universidade Federal de Sergipe - UFS

Graduanda em História pela Universidade Federal de Sergipe - UFS.

Referências

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O Perigo de uma única história. Tradução Julia Romeu, 1º ed. São Paulo: Companhia das Letras; 2019.

ARRAES, Jarid. Heroínas negras brasileiras: em 15 cordéis. São Paulo: Polén, 2017.

BAIRROS, Luiza. Nossos Feminismos Revisitados. Revista Estudos Feministas, Ano 3, 2º semestre, 1995. Disponível em <https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16462>. Acesso em 16 de setembro de 2020.

CARDOSO, Claudia Pons. Por uma epistemologia feminista negra do sul: Experiências de mulheres negras e o feminismo negro no Brasil. 13º Mundo de Mulheres e Fazendo Gênero 11 Transformações, conexões, deslocamentos. Disponível em <http://www.en.wwc2017.eventos.dype. com.br/resources/anais/1499452943 ARQUIVO simposiootextofazendogenero13.pdf>. Acesso em 10 de outubro de 2020.

CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. Estudos Avançados. Revistas USP. v.17, n. 49, 2003, p. 117-132. Disponível em <http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9948>. Acesso em 14 de agosto de 2020.

COLLINS, Patrícia Hill. Aprendendo com a outsider within*: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado – Volume 31, número 1, janeiro/abril, 2016. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/se/v31n1/0102-6992-se-31-01-00099.pdf. Acesso em 22 de setembro de 2020.

COLLINS, Patrícia Hill. Pensamento Feminista Negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Tradução Jamille Dias, 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2019.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

EVARISTO, Conceição. Gênero e etnia: uma escre(vivência) de dupla face. In: MOREIRA, N.M. de B.; SCHNEIDER, L. (org). Mulheres no mundo: etnia, marginalidade e diáspora. João Pessoa: Ideia, Editora Universitária UFPB, 2005. Disponível em: <http://nossaescrevivencia.blogspot.com/2012/08/gênero–e-etnia-uma-escrevivencia-de.html>. Acesso em 20 de setembro de 2020.

GONZALES, Lélia. Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje. Anpocs, 1984, p. 223-244.

GONZALES, Lélia. Primavera para as rosas negras: Lélia Gonzales em primeira pessoa. 1ª Ed. Diáspora Africana: Editora Filhos da África, 2018.

FIGUEIREDO, A.; GROSFOGUEL, R. Racismo à brasileira ou racismo sem racistas: colonialidade do poder e a negação do racismo no espaço universitário.Revista Sociedade e Cultura. Goiânia, v. 12, n. 2, 2009. Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/fchf/article/view/9096>. Acesso em 22 de novembro de 2020.

HOOKS, Bell. Intelectuais negras. Revista Estudos Feministas, V.3, nº 2, 1995. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16465>. Acesso em: 09 de outubro de 2020.

JAPIASSU, Hilton. A questão da interdisciplinaridade. In: HARTMANN, Hélio; SILVA, Henrique M.; GALLI, Sílvia (Orgs.) Questões epistemológicas. Maringá/PR: UEM, 1999, p. 130-143.

KIMBERLÉ, Crenshaw. Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 171-189, 2002. Disponível em https://scielo.br/scielo.php?pid=S010402X2002000100011&script=pt. Acesso em 09 de outubro de 2020.

LOURENÇO, Denise. Fanzine: Procedimentos construtivos em mídia tática impressa. (Dissertação - Mestrado em Comunicação e Semiótica). São Paulo: PUC/SP, 2006. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action>. Acesso em 17 de novembro de 2020.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. 3. ed. São Paulo: n-1 edições, 2018. 80 p.

MOORE, Carlos. Racismo e Sociedade – Novas bases epistemológicas para a compreensão do racismo na história. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007.

NASCIMENTO, Abdias. O Genocídio do Negro Brasileiro: processo de um racismo mascarado. 3. ed. São Paulo: Perspectivas, 2016.

Prefeitura de Aracaju. Projeto combate racismo e estimula a autoestima nas escolas municipais. Disponível em: <https://www.aracaju.se.gov.br/noticias/78527>. Acesso em: 20 de maio de 2020.

SILVA, Ana Celia da. A discriminação do negro no livro didático. 2ed. – Salvador: EDUFBA, 2004.

Publicado

2020-12-31

Como Citar

OLIVEIRA, Laila Thaíse Batista de; SILVA, Ludmila Guerra da. PROJETO BENGUELA: EXPERIÊNCIAS DE RAÇA E GÊNERO NA ESCOLA. Revista Fórum Identidades, Itabaiana-SE, v. 32, n. 1, p. 31–44, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/forumidentidades/article/view/15032. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Desigualdades, identidades, epistemologias e práticas educacionais