O cotidiano da morte oitocentista em São Cristóvão/SE e a proibição dos enterros nas igrejas (1849-1857)
Resumo
Resumo: Neste artigo, discutiremos as práticas e símbolos da ritualística fúnebre do século XIX. Iniciaremos com os ritos fúnebres domésticos e a preparação para a morte, passaremos pela escolha das mortalhas bem como o local sagrado de sepultura e chegaremos às missas pósenterro. Dos pedidos de missas, narraremos as pessoas e os santos prestigiados além do único anjo recrutado para proteção celeste, o Anjo da guarda. O objetivo é narrar alguns aspectos do cotidiano da morte em São Cristóvão-SE transcorridos entre os anos 1849 à 1857. Através da descrição do testamento oral do advogado José Marques d’Oliveira, analisaremos alguns ritos de separação. Veremos que, em um momento de decisões salvíficas, Marques morreu seguro. Reconheceu suas filhas e viveu o suficiente para receber ao menos um dos últimos sacramentos, a confissão. Por último, acompanharemos brevemente o contexto da proibição dos enterros nas igrejas e veremos que a interdição se deu pela chegada da pandemia de cólera na Província de Sergipe em 1855-56.
Palavras-chave: Morte; São Cristóvão; Cotidiano; Ritos fúnebres; Igreja-cemitério.