Arquivos - Página 2

  • ISSN 2357-9145
    v. 5 n. 1 (2019)

    Anunciamos a 1ª edição de 2019 da revista Boletim Historiar. Nela contamos com cinco artigos que abordam diferentes fenômenos, como o movimento tenentista e mulheres em Sergipe, a Segunda Guerra Mundial, além de aspectos temáticas da civilização Islâmica, e o discurso de empoderamento LGBTQ.

    O primeiro artigo, de Andreza Santos Cruz Maynard, aborda a revolta tenentista em Sergipe em 1924 e a participação das mulheres nesse levante militar com base em preceitos da Nova História Cultural.

    Os dois artigos seguintes trazem a Segunda Guerra Mundial e seus reflexos em Sergipe a partir de 1942 com o episódio dos torpedeamentos a navios mercantes brasileiros e, consequentemente a entrada oficial do Brasil no conflito. Dilton Cândido Santos Maynard e Naédja da Silva discutem sobre a formação da Comissão Estadual da Legião Brasileira de Assistência (LBA) de Sergipe, criada para oferecer suporte às famílias dos soldados convocados para a guerra. Já o artigo de Caroline de Alencar Barbosa e Mônica Porto Apenburg Trindade discute o papel da imprensa e do rádio para as notícias do conflito e como esses instrumentos interferiram no cotidiano sergipano.

    O quarto artigo, de Andréa Mendonça Cunha e Márcia Regina Curado Pereira Mariano apresenta um estudo semiótico acerca do posicionamento midiático em torno do discurso LGBTQ de luta por visibilidade.

    O último artigo de Katty Cristina Lima Sá aborda a formação da civilização islâmica a fim de contestar o discurso em que cultura islâmica aparece como retrógrada e de características violentas.

    Por fim, temos duas resenhas. A primeira de autoria de Ana Beatriz Santana Andrade, sobre a obra “Fórum latino-americano de educação superior”, de Marília Morosini. A segunda, de Pedro Carvalho Oliveira, do livro “Em nome da América: os Corpos da Paz no Brasil”, de Cecília Azevedo.

    Agradecemos pela colaboração e apoio com submissões de textos e com a frequente divulgação do periódico. Desejamos uma boa leitura a todos.

    Os Editores.

  • ISSN 2357-9145
    v. 6 n. 2 (2019)

    Temos o prazer de anunciar mais um número do Boletim Historiar contando agora com Qualis A4. Agradecemos a todos que colaboram com este periódico. Nesta edição, contamos com seis artigos de temática livre que versam sobre historiografia, Segunda Guerra Mundial, literatura e futebol.

    Iniciamos com o texto de Ronilson Santos e Antônio Elíbio sobre a emergência da concepção de positivistas ligada aos historiadores do século XIX, destacando os debates entre François Simiand e Charles Seignobos. Também no campo da historiografia, Daniel Klein analisa as mudanças intelectuais na obra de Carlo Ginzburg e sua guinada em direção aos arquétipos do inconsciente coletivo de Carl Jung.

    Em seguida, temos dois artigos sobre a Segunda Guerra Mundial. O de Liliane Andrade examina a participação de Hollywood durante o conflito na produção de filmes antinazistas, com o objetivo de conquistar aliados para os Estados Unidos. Já Ana Carla Silva, investiga, a partir de notícias nos jornais, as mudanças no cotidiano de Aracaju depois dos torpedeamentos provocados pelo submarino alemão U-507 entre as costas de Sergipe e Bahia.

    Ainda nesta edição Reginaldo Chaves discute a constituição e crise da linguagem construtivista no campo literário entre os anos 1952 e 1964. Para tanto, o autor faz uma leitura histórica do poema SS (1964) de Augusto de Campos. Em seguida, Osvaldo Fiorato Júnior estuda as relações entre futebol e religião a partir da análise das imagens presentes no Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu, São Paulo.

    Por fim, temos a resenha de Karl Schuster sobre a obra Ur-Fascism do escritor italiano Umberto Eco, traduzida e publicada em português em 2018.

    Agradecemos o apoio com submissões de textos e com a frequente divulgação do periódico. Desejamos uma boa leitura a todos.

    Os Editores.

     

  • ISSN 2357-9145
    v. 6 n. 3 (2019)

    É com muita satisfação que anunciamos mais um número do Boletim Historiar, avaliado com qualis A4. Nesta edição, contamos com sete artigos que versam sobre diversas temáticas, como nazismo e neonazismo, relações bilaterais, literatura, História do Tempo Presente, memória coletiva e discurso midiático.

    Os dois primeiros artigos discutem acerca de questões relacionadas ao nazismo e ao neonazismo, respectivamente. Matheus Henrique Marques Sussai apresenta parte dos resultados de uma pesquisa que investigou os usos da ideia de “Nazismo” difundida pelo Movimento Brasil Livre (MBL) no ano de 2017, na rede social Facebook. Já Diego Leonardo Santana Silva reflete sobre o uso de fanzines como fonte para o estudo de atividades de skinheads neonazistas na Inglaterra, no período de 1987 a 1990.

    Em seguida, Isabelle Carvalho Costa Pinto e Fernanda Cristina Nanci Izidro Gonçalves analisam os resultados, as potencialidades e os desafios da Parceria Estratégica formalizada por Brasil e China em 1993, dando ênfase ao âmbito econômico e comercial deste relacionamento bilateral.

    Alessa Francine Silva examina como mulheres lésbicas são retratadas em materiais literários contemporâneos. A autora parte da problemática de que há uma lacuna no que diz respeito às produções envolvendo a realidade de mulheres lésbicas e as relações estabelecidas entre estas, o que as levam, no âmbito da literatura brasileira contemporânea, a criarem espaços próprios a fim de retratar suas realidades.

    Dando sequência, Isadora Muniz Vieira analisa como o Estado de Santa Catarina foi representado nas matérias da jornalista gaúcha Elaine Borges para o periódico O Estado, em um período de transformações do jornalismo brasileiro a nível local e nacional, e num contexto em que o estado catarinense passava por um momento de modernização.

    A seguir, Gustavo Orsolon de Souza busca mostrar um breve debate historiográfico sobre a memória coletiva e, adiante, entender este conceito como chave para refletir a história editorial, evidenciando a editora paulista Alfa-Omega.

    Por fim, Cristiana Soares de Oliveira e Cristiano Cezar Gomes da Silva analisam o discurso midiático presente em cenas da telenovela Velho Chico, exibida pela TV Globo, em 2016, abordando a realidade do semiárido do Nordeste brasileiro.

    Agradecemos aos colaboradores e leitores pela submissão e divulgação do periódico. Desejamos a todos uma ótima leitura!

    Os Editores

  • ISSN 2357-9145
    v. 6 n. 4 (2019)

    No limiar de 2020 e com muita satisfação que anunciamos mais um número do Boletim Historiar, periódico avaliado pela CAPES com qualis A4. Nesta edição, contamos com sete artigos que abordam variadas temáticas como normas internacionais, encampação, Segunda Guerra Mundial, racismo estrutural, ordem jurídica, legislação e ensino de História, e emergência de paradigmas em Kuhn e Boaventura.

    No primeiro artigo, Isadora Lima Resende busca verificar a RwP (Responsabilidade ao Proteger) – proposta brasileira apresentada na Assembleia Geral da ONU (AGNU) em 2011 em decorrência da intervenção da OTAN na Líbia – a partir do que ela representa para a inserção internacional do país como um ator global capaz de formular normas internacionais.

    O segundo artigo, de Lauren dos Reis Bastos, resgata a trajetória de duas empresas estadunidenses concessionárias do setor público (American Foreign Power Company e International Telegraph & Telephone), instaladas no Rio Grande do Sul do século XX (1927-1962), buscando explorar as consequências provocadas pelas atividades das companhias, bem como o grande precedente jurídico e marco histórico observado na encampação dos seus serviços.

    Em seguida Dércio Cardoso Reis analisa como a revista da Força Expedicionária Brasileira (FEB), nomeada O Cruzeiro do Sul, contribuiu para a construção de uma proposta em torno do que seria a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) entre os Aliados e o Eixo, oferecendo em suas páginas um determinado tipo de leitura acerca do conflito.

    Fernanda Cordeiro de Almeida Faust e Sônia Maria dos Santos Marques analisam, utilizando como metodologia a história oral, elementos do racismo estrutural e do empoderamento feminino na perspectiva de três matriarcas da comunidade quilombola Adelaide Maria da Trindade Batista, localizada na cidade de Palmas-PR.

    A seguir, José Carlos da Silva Santos propõe a construção de uma crítica à ordem jurídica a partir dos enfoques de Pierre Clastres e Walter Benjamin, visando conceber a violência enquanto dimensão constitutiva do direito. Assim, o autor estrutura o texto em três momentos: no primeiro, faz uma contextualização das reflexões de cada pensador; no segundo analisa o pensamento de Benjamin a fim de compreender como a violência está presente na institucionalização da ordem jurídica; e, por fim, utiliza o conceito de etnocídio de Clastres para pensar o direito enquanto um processo (violento) de padronização.

    No penúltimo artigo, Maria Luiza Pérola Dantas Barros objetiva fornecer uma visão sobre o entendimento da sociedade brasileira em relação à educação e ao ensino de História, no contexto do lançamento do Edital para o PNLD 2018, a partir de um paralelo deste com a legislação vigente à época.

    Por fim, Luiz Ricardo Oliveira Santos analisa a emergência de paradigmas sob a ótica de Kuhn e Boaventura, pois ambos os autores discutem as realizações científicas pela ótica da consolidação, mudança e emergência paradigmáticas. Para tal, o estudioso utiliza as principais obras dos autores em diálogo entre si, e outras obras que complementaram a discussão sobre o tema.

    Gostaríamos de agradecer a todos os autores que contribuíram com esta revista. Feliz 2020!

     Os Editores.

     

     

     

     

     

  • Fonte: NewsLab

    Jan./Abr. 2020 - Revista Boletim Historiar
    v. 7 n. 01 (2020)

    Num momento difícil, em que vários países enfrentam a pandemia do covid-19, e que temos no Brasil a recomendação para a manutenção do isolamento social, a equipe do Boletim Historiar continuou trabalhando remotamente na preparação de mais uma edição desse periódico que se propõe a pensar o mundo em que vivemos.

    E é em meio a essa situação adversa que anunciamos a primeira edição, no ano de 2020, do Boletim Historiar, periódico avaliado pela CAPES com qualis A4. Neste número, contamos com seis artigos que versam sobre diversas temáticas: História e Geopolítica; Epistemologia e Ciências contemporâneas; História e Teoria Queer; Segunda Guerra Mundial; e Educação rural. Ademais, há uma resenha do livro “Que emoção! Que emoção?”.

    No primeiro artigo, intitulado “História e Geopolítica: Análises Introdutórias sobre o Passado Colonial e a Contemporaneidade na Sociedade Brasileira”, os autores Amílcar Machado Profeta Filho e Rafael Egidio Leal e Silva objetivam realizar uma reflexão sobre a formação do Brasil, com o intuito de analisar rupturas e continuidades entre a colonização e a contemporaneidade.

    Em seguida, no texto “Ciência (s) e contemporaneidade em Hugh Lacey: contribuições teórico-metodológicas”, escrito por Nicole Cavalcanti Silva e Luiz Ricardo Oliveira Santos, o objetivo é discutir as principais contribuições epistemológicas do autor Hugh Lacey para as ciências contemporâneas, por meio de obras do autor e de outras bibliografias que dialogam com tais discussões. 

    Cassiano Celestino de Jesus, autor do terceiro artigo “História e Teoria Queer: possibilidades nas margens”, busca apresentar as potencialidades de se “queerizar” a História, apontando, desta forma, a teoria queer como um novo caminho e uma nova possibilidade para a pesquisa histórica.

    Sobre a Segunda Guerra Mundial, temos dois artigos: o de Anailza Guimarães Costa, “As instruções para soldados americanos e britânicos na II Guerra Mundial: uma análise comparativa (1942-1945)”, com o objetivo de analisar, em perspectiva comparada, manuais de instruções produzidos pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha na II Guerra Mundial. E o de Andreza Santos Cruz Maynard, “Cinemas em Aracaju durante a Segunda Guerra Mundial: uma análise histórica”, no qual a historiadora analisa o cotidiano dos cinemas da capital sergipana no período do conflito mundial (1939-1945).

    No penúltimo capítulo, Adriana Mendonça Cunha analisa a colaboração de pesquisador Robert King Hall no programa de educação rural, coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), na gestão de Eurico Gaspar Dutra. O objetivo da autora é discutir o modelo de escola e docente preconizados pelo programa, a partir da análise dos relatórios produzidos por Hall.

    Por fim, temos a resenha produzida por Laís Kalena Salles Aragão, da obra “Que emoção! Que emoção?”, produzida pelo filósofo e historiador da arte Georges Didi-Huberman, apresentada em 13 de abril de 2013, no Teatro de Montreuil, em Paris, e publicada em língua portuguesa no ano de 2016 pela Editora 34.

    Esperamos que os leitores do Boletim Historiar apreciem os textos publicados nesta edição e que, se puderem, fiquem em casa.

    Os editores.

    Fonte da imagem: Fonte: NewsLab.

  • Maio/Ago. 2020 - Revista Boletim Historiar
    v. 7 n. 02 (2020)

    Com muita satisfação, anunciamos uma nova edição do Boletim Historiar (Qualis A4). Nesse número, temos seis artigos que versam sobre diferentes temáticas relacionadas às ciências humanas e sociais, como fake news, relações de gênero, pastoral da juventude, emigração, renda irlandesa e migração nordestina; além de uma resenha do livro Segunda Guerra Mundial: apontamentos do Tempo Presente.

    O primeiro artigo, de Saulo Barbosa, foi intitulado “Verdade, política e fake news: reflexão à luz da obra de Hannah Arendt” e tem por objetivo discutir, a partir da obra de Hannah Arendt, a produção contemporânea de fake news nas mídias sociais. Já em “Legião Brasileira de Assistência e políticas sociais: primeiro-damismo, gênero e assistência social”, Taiana de Oliveira e Ismael Gonçalves Alves analisam as nuances da assistência social prestadas pela Legião Brasileira de Assistência (LBA) durante as décadas de 1940 e 1950.

    O terceiro artigo, escrito por Joilson de Souza Toledo e nomeado “É hora de transformar o que não dá mais: o estado da arte da pesquisa sobre a Pastoral da Juventude nas áreas Sociologia, História, Serviço Social e Comunicação”, busca avançar na elaboração do estado da arte da pesquisa sobre a Pastoral da Juventude (PJ), concentrando-se nas áreas da Sociologia, História, Serviço Social e Comunicação.

    A seguir, Marinilse Marina realiza uma análise da região italiana do Vêneto, que sofreu com as invasões estrangeiras em função da proximidade fronteiriça e foi palco de insatisfações internas populares, a partir do artigo intitulado “A Região do Vêneto e a Emigração para o Rio Grande do Sul”.

    Em “O ofício da Renda Irlandesa: estudo de campo Sergipe e Rio de Janeiro”, Heyse Souza de Oliveira faz uma abordagem sobre o ensino da disciplina “trabalhos manuais” em escolas voltadas para o público feminino, através da criação de decretos imperiais a partir de 1920, tomando como objeto de estudo a comparação entre os estados de Sergipe e Rio de Janeiro  no aprendizado e confecção do artesanato Renda Irlandesa.

    O sexto artigo, “O que é ser ‘piauí’? A representação dos migrantes nordestinos em um município paulista (1980-2020)”, de autoria de Bruno César Pereira e Ancelmo Schörner, propõe-se a realizar uma análise da expressão “piauí”, utilizada cotidianamente para representar migrantes nordestinos no município de Orlândia-SP.

    Por fim, temos a resenha de Thayná da Silva Fernandes, intitulada “Da Europa a Sergipe: a Segunda Guerra Mundial através de diferentes perspectivas”, referente à obra Segunda Guerra Mundial: apontamentos do Tempo Presente.

    Capa: A Noite Estrelada (1889), de Vicent van Gogh. 

  • Imagem: A Lua (1928) de Tarsila do Amaral

    Set./Dez. 2020 - Revista Boletim Historiar
    v. 7 n. 03 (2020)

    Chegamos ao fim de mais um ano, e que ano! Em meio a tantas dificuldades e desafios impostos pela pandemia da COVID-19, é com muita satisfação que a equipe do Boletim Historiar lança a última edição de 2020. Neste número, contamos com textos que versam sobre temas como feminismo, gênero, História Indígena, caboclos, golpe de Estado, História do Tempo Presente e Charges, e prática docente.

    O artigo que abre a edição foi intitulado A Representação do Papel da Mulher nas Princesas da Disney: uma análise sob a ótica feminista; nele, Fernanda de Abreu Appolinário e Fernanda Cristina Nanci Izidro Gonçalves realizam uma análise sobre as alterações no padrão de representação do comportamento de princesas da Disney, identificando uma relação com a evolução do movimento feminista no hemisfério ocidental.

    Em O Movimento Feminino pela Anistia e a Primavera das Mulheres no Brasil: os usos do gênero como silenciador ou potencializador de ações políticas de mulheres, Luana Borges Lemes e Mariane da Silva examinam dois movimentos sociais protagonizados por mulheres – o Movimento Feminino pela Anistia (1975) e a Primavera das Mulheres no Brasil (2015) –, que possibilitam compreender os diferentes usos políticos das construções de gênero.

    A seguir, no texto intitulado Jogo Feira Mebengokre: o uso de um jogo como material didático para o ensino de História Indígena, Emerson Naylton Bezerra Pereira e Maria Luiza Dantas Lins relatam e refletem sobre suas formações como docentes, a partir da experiência que vivenciaram durante a atuação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, no subprojeto História/UFRN – Natal, com a elaboração e aplicação do jogo Feira Mebengokre, concebido com o intuito de realizar uma atividade em que houvesse o protagonismo dos alunos na construção do conhecimento e de desenvolver a compreensão da diversidade dos povos indígenas no Brasil, objetivando desnaturalizar estereótipos.

    No quarto artigo da edição, “Árvore é quase bicho, e bicho é quase gente”: os caboclos da América Subtropical e um Buen Vivir alternativo, Claiton Marcio da Silva, Delmir José Valentini e Samira Peruchi Moretto objetivam explorar uma possível aproximação entre o conceito de Buen Vivir e o modo de vida dos caboclos sul-brasileiros. Para isso, discutem como o conceito de Buen Vivir, da forma como foi concebido por intelectuais e movimentos sociais notadamente andinos, e forma mais generalista, poderia ser aplicado aos demais grupos sociais latino-americanos muitas vezes classificados simplesmente a partir do termo populações tradicionais.

    Em seguida, Fabrício Ferreira de Medeiros examina a trajetória política de Carlos Lacerda, com o fim de discutir certos impasses da consolidação da democracia brasileira entre as décadas de 1940 e 1960. Nomeado “Nós fizemos a revolução, para perpetuar a democracia, e não para destruí-la a pretexto de salvá-la”: Carlos Lacerda e a crise de 1964, o texto faz uma análise das bases sociais e ideológicas do lacerdismo, das ambiguidades do liberalismo udenista e da modernização da imprensa brasileira, da relação de Lacerda com o getulismo e da crise do regime democrático que culminou com o golpe empresarial-militar de 1964.

    Já Kleire Anny Pires de Souza, em História do Tempo Presente e o Golpe de 2016 no Brasil por meio das charges de Carlos Latuff, apresenta uma reflexão sobre o uso de charges como fontes históricas, dentro da perspectiva de análise do tempo presente. Fazendo uso das charges produzidas pelo artista Carlos Latuff, a autora discorre sobre a inclusão das charges como fontes históricas, além de analisar os diversos tipos de charges e seus intuitos após o Golpe de 2016 no Brasil.

    Por fim, temos o artigo escrito por Paulo Rogério de Lima e Cesar Augusto Sadalla Pinto, Principais atos normativos da Educação Física escolar brasileira (1822 -1985), no qual os autores analisam os principais atos normativos da Educação Física escolar brasileira no período entre 1822 e 1985, destacando trechos legais que influenciaram a formação e a prática docente ao longo desses anos. O estudo revelou que a Educação Física, mencionada nos atos normativos, estava vinculada aos interesses governamentais de cada época com o intuito de contribuir para formação do modelo de “cidadão” que se pretendia na sociedade brasileira.

    Desejamos a todas e a todos um feliz 2021.

    Os editores.

     Imagem: A Lua (1928) de Tarsila do Amaral

  • Jan./Mar. 2021 - Revista Boletim Historiar
    v. 8 n. 01 (2021)

    A situação de pandemia da Covid-19 no Brasil intensificou-se, infelizmente! Paralelo à esperança trazida pelo início da vacinação, está o desalento causado diante do recorde de mortes. Em meio a esse lamentável contexto, a equipe do Boletim Historiar inicia esse editorial manifestando solidariedade a todas e todos que perderam entes queridos.

     Cumprindo nossa função de fomento à produção de conhecimento científico, anunciamos a primeira edição deste periódico, avaliado com Qualis A4, em 2021. Neste número, contamos com sete artigos que versam sobre os mais variados temas: a crítica de Paul Veyne a Marcel Mauss; Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID); Educação e Tecnologia; Segunda Guerra Mundial; pensamento decolonial; relações entre Egito-Itália e sítios arqueológicos.

    Abre esta edição o artigo Ampliando o “cuidado de si” em Foucault: Paul Veyne e sua nova forma de se fazer “Crítica” a partir de Marcel Mauss, de Gustavo Ruiz da Silva, que busca mapear como Marcel Mauss foi absorvido por Paul Veyne, a partir de dois estudos de caso: a noção de “Evergetismo” em “Le pain et le cirque: sociologie historique d'un pluralisme politique” e a noção de “Imagem de si”, construída por Veyne para fazer uma “crítica” à leitura do “cuidado de si” na antiguidade trabalhada por Michel Foucault.

    Em PIBID: Articulando teoria à prática, Alekssiane Lima de Carvalho e Fabricio Carlos Paulino Lopes apresentam um relato de experiência sobre suas participações no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Desse modo, num primeiro momento é apresentado um panorama dos primeiros contatos com a escola, a sala de aula, os alunos e o ensino de História; em seguida, os autores realizam uma reflexão sobre em quais circunstâncias o Programa possibilitou que fosse pensado a profissão e a prática enquanto professores de História.

    Já Julia Beatriz Silva Vicente Chaves e Pedro Henrique Ribeiro Fernandes, no artigo nomeado Adaptação Brasileira: A Tecnologia na Educação em Tempo de Pandemia, objetivam apresentar como o Brasil lida com as questões relacionadas à Educação e à Tecnologia, a partir de uma reflexão entre a relação do interesse e do descaso no que se refere à aplicação das tecnologias nas diversas áreas do ensino.

    A seguir, Maria Luiza Pérola Dantas Barros propõe apresentar, panoramicamente, aspectos relativos ao cotidiano da cidade de Aracaju, do final dos anos de 1930 e início dos anos de 1940. De acordo com a autora, apesar de ser tida como pacata, a capital sergipana possuía práticas comerciais de considerável porte para o período, e teria seu cotidiano afetado em agosto de 1942 diante dos torpedeamentos de embarcações brasileiras pelo U-507, no contexto da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

    Também centrando sua análise no período que compreende a II Guerra, Liliane Costa Andrade compara, a partir da relação entre História do Tempo Presente e Cinema, a construção da imagem dos nazistas nos filmes norte-americanos O Grande Ditador (1940) e Ser ou Não Ser (1942), produzidos em meio à propaganda antinazista hollywoodiana.

    Em seguida, no texto Egypt-Italy Archaeological Cooperation (1981-2011): a Study of Egyptian Newspapers, Abdallah Abdel-Ati Al-Naggar analisa as contribuições italianas para o desenvolvimento de sítios arqueológicos egípcios e para as atividades de conservação e restauração; o autor se detém também em examinar a cooperação bilateral na recuperação de antiguidades egípcias roubadas, juntamente com as exposições arqueológicas egípcias sediadas na Itália.

    Por fim, Elizabeth de Souza Oliveira e Marizete Lucini dialogam sobre alguns conceitos do pensamento decolonial, percorrendo os escritos de autores que compõem o grupo Modernidade/Colonialidade (M/C) e que também propalaram alguns dos conceitos essenciais para a decolonialidade. Ademais, as autoras realizam uma abordagem sobre a colonialidade do poder, do ser, do saber e da natureza, atrelando a ideia de raça como estruturante do pensamento colonial para a subalternização dos povos colonizados.

    Agradecemos a todas (os) as/os autoras (es) que enviaram suas contribuições para este periódico.

    As (os) Editoras (es).

    Capa: Barco à noite, de Claude Monet (1866).

     

  • Abr./Jun. 2021- Boletim Historiar
    v. 8 n. 02 (2021)

    No dia 19 de junho de 2021, o número de vítimas da Covid-19 chegou a 500 mil no Brasil. Meio milhão de vidas foram interrompidas por essa doença, e nós não poderíamos ficar incólumes a esse fato. Diante desse lamentável contexto que estamos vivenciando, manifestamos, novamente, nossa solidariedade a todas as pessoas que perderam entes queridos em meio à pandemia do novo coronavírus.

    E, dando continuidade ao nosso trabalho em prol do conhecimento científico, anunciamos a nova edição do Boletim Historiar, periódico avaliado com Qualis A4 pela CAPES. Este número é composto por cinco artigos que tratam sobre temas como Neoliberalismo e Covid-19; Fake News e Infodemia; Medicina e Colonização Francesa; Acesso à terra e Quilombo; Arquitetura e Neopentecostalismo; além de duas resenhas.

    Abrindo a edição, Maria Cllara Barbieri Farinha Marrafa analisa como os impactos de políticas neoliberais, implantadas no Brasil e na América Latina nos últimos trinta anos, causaram profundas feridas econômicas e sociais, que ficaram mais evidentes com a chegada da pandemia da Covid-19. Após realizar uma introdução sobre a implantação dessas políticas nos países latino-americanos e apresentar, panoramicamente, a situação do Brasil em meio à crise sanitária, a autora aborda a devastação da pandemia no referido continente.

    Também tomando como base o contexto da Covid-19, Alana Maria Passos Barreto e Clara Cardoso Machado Jaborandy buscam analisar se o Projeto de Lei nº 2.630/20, criado diante da profusão de notícias falsas que permearam o debate público brasileiro em meio à pandemia, é capaz de assegurar o combate às Redes de Desinformação em tempos de Infodemia, um apelido cunhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para se referir ao fenômeno da ‘pandemia das informações’.

    A seguir, Guillaume Linte, no artigo A saúde das mulheres e dos Créoles na América colonial francesa no final do século XVIII, oferece um estudo comparativo das representações médicas das mulheres e dos Créoles nas colônias francesas da América no final do século XVIII, objetivando esclarecer a maneira como aquelas são articuladas com uma ideia particular da influência do clima da “zona tórrida”, o espaço intertropical.

    Já Renato Pasti, em Olhares entre tempos: uma breve história da formação do território identidade da comunidade de Helvécia – BA, busca contribuir com uma introdução sobre a história da formação da Comunidade Remanescente Quilombola (CRQ) de Helvécia, localizada no município de Nova Viça – BA. Para isso, o autor baseou-se em levantamentos bibliográficos, documentais e nas memórias coletivas negras.

    No quinto e último artigo, O templo de Salomão no Brás: uma análise acerca da utilização de elementos da antiguidade hebraica no neopentecostalismo brasileiro, Lucas Martinez Knabben procurar entender a utilização de elementos judaizantes dentro da maior denominação cristã neopentecostal do Brasil, a Igreja Universal do Reino de Deus, bem como a sua reivindicação da narrativa acerca do Primeiro Templo da cultura hebraica afim de se aderir novos fieis em busca da origem bíblica e do primeiro testamento.

    Encerrando a edição, temos as resenhas de Cristiane Tavares Fonseca de Moraes Nunes e de João Carlos Calzavara, que se baseiam, respectivamente, na série da Netflix O caso Gabriel Fernandez e no livro Los gobiernos progresistas latinoamericanos del siglo XXI - Ensayos de interpretación histórica.

    Desejamos que todas e todos apreciem a leitura desse número. E mais: esperamos que, em breve, todos estejamos vacinados e que a pandemia tenha sido, enfim, controlada. Até a próxima edição!

    Capa: Velho na tristeza (1890), de Vincent Van Gogh.

     

  • Jul./Set. 2021- Boletim Historiar
    v. 8 n. 03 (2021)

    REVISITANDO O 11 DE SETEMBRO DE 2001: ENTRE A ESFINGE E A FÊNIX

    Na ocasião de 11 de setembro de 2001, quatro aviões comerciais foram sequestrados por integrantes da rede Al-Qaeda e lançados contra símbolos políticos norte-americanos. Os alvos se construíram nas torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e no Pentágono, localizado em Washington D.C. Responsável por cerca de três mil mortes, os atentados repercutiram globalmente, com transmissão televisionada ao vivo em diversos países; parte desses afetados posteriormente pelas respostas aos ataques dadas pelos Estados Unidos, que, em coalizão internacional, colocaram-se em guerra nos territórios do Afeganistão (2001) e Iraque (2003).

    Passadas duas décadas, as repercussões dos ataques de 11 de setembro de 2001 ainda podem ser vistas em produções acadêmicas e culturais. Dentro das universidades e centros de inteligência, por exemplo, os especialistas em terrorismo e movimentos extremistas analisaram os episódios de 11 de setembro de 2001 como o apogeu da jihad global. Na indústria cultural, por outro lado, os filmes, séries e HQ’s trouxeram enredos relacionados ao terrorismo internacional, apresentaram antagonistas muçulmanos e tornaram populares termos como jihad, Al-Qaeda, burca, sharia etc.

    Por conta de sua espetacularidade, repercussão e transmissão, os atentados de 11 de setembro de 2001 encaixam-se na concepção de “acontecimento monstro” proposta por Pierre Nora. Além disso, até o início da Pandemia de covid-19 no ano de 2020, os atentados puderam ser projetados como a “última catástrofe”, termo cunhado por Henry Rousso, caracterizado como um evento tão disruptivo e penetrante que inaugura um novo presente. Já François Dosse, em Renascimento do acontecimento (2013), afirmou que os acontecimentos são ao mesmo tempo Esfinge e Fênix: são enigmas que exigem decifração e ao mesmo tempo emergem das cinzas do passado.

    As reverberações políticas, sociais e culturais dos atentados de 11 de setembro em diferentes lugares e esferas da vida nos últimos vinte anos são os objetos de pesquisa do presente dossiê. Com base nisso, abrimos a edição com o artigo de Gilvana de Fátima Figueiredo Gomes. A autora analisa a reconfiguração da rede Al-Qaeda após o acontecimento de 2001 até a sua participação no ciberespaço com a revista Inspire. Em seguida, Gilvan Figueiredo Gomes observa o fenômeno do Binladerismo, isto é, da visão extremista do Islã que prega a guerra contra os Estados Unidos e o Ocidente, cunhada por Osama Bin Laden (1951-2011).  

    Dando sequência às reflexões, Igor Lemos Moreia analisa os escritos de Susan Sontag, mais especificamente as significações atribuídas por ela aos atentados de 2001. A fotografia também será contemplada nesse dossiê e, para tanto, temos o ensaio de Eduardo Yuji Yamamoto, em que se estudará a foto intitulada The falling man, de Richard Drew. A partir disso, aprofundaremos ainda mais nossos conhecimentos sobre os impactos dos ataques em Nova York e Washington D.C na indústria cultural. Primeiramente, Andrey Augusto Ribeiro dos Santos abordará sobre a representação do agente contraterrorista na produção fílmica norte-americana entre os anos de 2005 e 2013, enquanto Caroline Acioli analisará as resignificações do ataque feitas através de canções. 

    Para finalizarmos o dossiê, temos ainda a resenha fílmica de Official Secrets (2019), escrita por Katty Cristina Lima Sá.

    Agradecemos a todas e todos pela atenção e desejamos uma boa leitura!

    Atenciosamente,

    Prof. Me. Gilvan Figueiredo Gomes

    Prof.ª. Ma. Katty Cristina Lima Sá

    Capa: pintura abstrata de Jack Whitten (2005)

     

  • Out./Dez. 2021- Boletim Historiar
    v. 8 n. 04 (2021)

    Dossiê temático: O patrimônio histórico-educativo em debate

    Apresentação

    O dossiê “O patrimônio histórico-educativo em debate”, organizado pelo professor doutor Joaquim Tavares da Conceição, é composto de seis artigos resultantes de trabalhos finais da disciplina “Arquivos escolares: teoria e prática”, ministrada pelo organizador deste dossiê no primeiro semestre de 2020, na linha História da Educação, para os cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe.

    A finalidade deste dossiê é apresentar, sob diferentes interesses, discussões relacionadas à noção de patrimônio histórico-educativo e seus reflexos em ações de preservação e organização de arquivos escolares e perspectivas de investigações, com a utilização de acervos encontrados em diferentes espaços educativos. 

    Na escrita da História da Educação, as pesquisas em torno de processos e práticas de guarda, seleção, catalogação e preservação de acervos escolares e não escolares e a compreensão dos acervos de instituições educativas como patrimônio histórico-educativo apresentam uma dimensão importante e crescente entre os eixos temáticos dessa área.

    Essa situação tem resultado no desenvolvimento de projetos de organização de arquivos e centros de memória de instituições educativas em diferentes regiões do Brasil e a realização de interlocuções em torno da temática com centros especializados e pesquisadores em outros países.

    Nesse sentido, os artigos deste dossiê evidenciam contribuições da área da História da Educação em torno da noção do patrimônio histórico-educativo e interlocuções desta com outras áreas do conhecimento, a exemplo da Arquivologia. De tal modo, a partir da noção de patrimônio histórico-educativo, os/as autores/ras dos artigos discutem aspectos relacionados com a preservação e organização de arquivos escolares e perspectivas de investigação, utilizando-se da cultura material escolar.

    O dossiê inicia com o artigo intitulado “A temática do patrimônio histórico-educativo em periódicos e congressos da área da História da Educação”, de Anne Emilie Souza de Almeida Cabral. A fim de demonstrar o crescente interesse da área em torno de questões da noção de patrimônio histórico-educativo, essa autora apresenta resultados de levantamentos de artigos e comunicações sobre esse aspecto, publicados na Revista Brasileira de História da Educação, Revista Ibero-Americana do Patrimônio Histórico-Educativo e em anais do Congresso Brasileiro de História da Educação. A autora indica como resultados dos levantamentos que realizou “[...] um movimento consistente por parte de pesquisadores da História da Educação a fim de promover discussões teóricas e o debate em torno de intervenções realizadas com o escopo de preservar a memória escolar”.

    O artigo “O acervo documental do IFS-Campus São Cristóvão (SE): fontes para a escrita da história do ensino profissional agrícola em Sergipe”, de autoria de Aristela Arestides Lima, apresenta os locais de guarda do acervo documental e bibliográfico do Instituto Federal de Sergipe/Campus São Cristóvão, enfatizando a importância desse acervo para a preservação da memória institucional e sua potencialidade como fonte para a escrita de diferentes compreensões a respeito do ensino profissional agrícola,  ministrado pela instituição em tela nos seus mais de noventa anos de existência. Além disso, Aristela aventa sobre possibilidades de preservação a partir da noção de patrimônio histórico-educativo, de documentos e material bibliográfico em processo de descarte.

    Caroline de Alencar Barbosa, em seu artigo intitulado “Preservação da memória escolar: o jornal estudantil The Catamount”, discute sobre a condição de fonte de acervos escolares, tomando como exemplo os jornais estudantis, especificamente o periódico The Catamount, utilizado na Cubberley Sennior High School, no ano de 1967, nos Estados Unidos da América. A autora informa que a escola “[...] foi palco de um experimento fascista que se refletiu dos discursos dos alunos e, consequentemente, nas notícias veiculadas na instituição”. Deste modo, Caroline utilizou o jornal estudantil como fonte para compreender questões discutidas pelos estudantes e a possibilidade de identificação de “[...] suas opiniões acerca da política, da instituição escolar, do cotidiano, das ações pedagógicas, além de suas insatisfações e reivindicações”.

    Já o artigo intitulado “O patrimônio histórico educativo como prática de ensino-aprendizagem”, produzido por Elaine Gonçalves Ramos, apresenta um viés também importante acerca de acervos escolares, ou seja, os usos destes para o desenvolvimento de atividades pedagógicas que envolvam o ensino sobre patrimônio, memória, pertencimento e ênfase na preservação. Por fim, a autora enfatiza a urgência das instituições educativas em adotar medidas para a preservação dos seus diferentes tipos de acervos históricos conjuntamente com “[...] práticas do educar, e consequentemente disponibilizados para o acesso da comunidade escolar”.

    Maryana Gonçalves Souza é a autora do artigo “Memória escolar e cultura material do Colégio Luiz Viana Filho – Guanambi/BA”, no qual ela apresenta resultados de projetos de que participou na condição de estudante de iniciação científica, especialmente a produção de um “catálogo de fontes” de documentos do Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho, localizado na cidade de Guanambi, no Estado da Bahia. No artigo, Maryana Gonçalves expõe um diagnóstico do arquivo dessa escola, os tipos documentais encontrados, e discute a condição de patrimônio histórico-educativo da documentação estudada. Além disso, a autora destaca as possibilidades de utilização dessa documentação como fontes para o desenvolvimento de pesquisas “[...] relacionadas com a memória escolar, preservação documental, práticas educativas, trajetórias e práticas docentes, perfil discente, entre outras configurações da cultura escolar”.

    O fechamento do dossiê “O patrimônio histórico-educativo em debate” é realizado pelo artigo de Rafaela Cravo de Melo e Joaquim Tavares da Conceição, intitulado “O perfil estudantil do Ginásio de Aplicação da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe (1959-1968): uma investigação de fontes seriais do arquivo escolar”. Esse artigo é parte resultante do desenvolvimento de projeto financiado por meio de bolsa de iniciação científica do programa Pibic/CNPq/UFS, contemplado como 5º prêmio destaque da área de Ciências Humanas/Educação, no 30º Encontro de Iniciação Científica – EIC, da UFS, em 2020. O artigo destaca a utilização como fonte de tipos documentais que fazem parte dos dossiês dos estudantes e de outros documentos escritos e orais do acervo do Centro de Pesquisa, Documentação e Memória do Colégio de Aplicação. No artigo em tela são identificados e discutidos “[...] dados a respeito da procedência escolar, forma de ingresso, ocupação e/ou profissão dos pais, pagamentos realizados e localidade de domicílio dos estudantes”. A análise levou em conta o conjunto dos dados levantados nas séries documentais, resultando em conclusões importantes acerca do perfil socioeconômico dos estudantes do Ginásio de Aplicação, atual Colégio de Aplicação da UFS. 

    Desejo a todo(a)s uma excelente e instrutiva leitura!

    São Cristóvão, maio de 2021.

    Prof. Dr. Joaquim Tavares da Conceição

    (Organizador)

    Imagem: 

    Desfile cívico. Estudantes do Ginásio de Aplicação da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe. Aracaju-Se (196?). Fonte: Acervo do Centro de Pesquisa, Documentação e Memória do Colégio de Aplicação da UFS (Cemdap).  

     

  • Jan./Mar. 2022
    v. 9 n. 01 (2022)

    Passaram-se dois anos desde o início da pandemia de covid-19. De lá pra cá, avançamos no processo de vacinação, observamos a diminuição de novos casos e de mortes. Nesse novo contexto, o uso da máscara, item essencial no enfrentamento ao vírus, tem deixado de ser obrigatório em alguns países e estados brasileiros. Apesar de todo o progresso, a situação de pandemia ainda não chegou ao fim. Durante esse período difícil, o Boletim Historiar manteve seu compromisso em contribuir para o fomento e a divulgação do conhecimento científico.

    Abrindo os trabalhos em 2022, a equipe do Boletim Historiar tem a satisfação de anunciar a mais nova edição dessa revista eletrônica, vinculada ao Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq), avaliada com Qualis A4 pela CAPES. Nesse novo número, contamos com 6 artigos e uma resenha, que versam sobre as mais variadas temáticas no campo da História, a exemplo de Idade Média e Indústria Cultural; Colonialismo; Imprensa Anarquista; Cangaço; Educação Patrimonial; Treze Colônias da América do Norte; e A Pesquisa em História.

    Lívia Maria Albuquerque Couto abre a edição com o texto Idade “Mídia”: apontamentos sobre as representações midiáticas e reminiscências medievais na Indústria Cultural Contemporânea, no qual analisa como a indústria cultural contemporânea tem se apropriado do medievo para propagar uma visão estereotipada da Idade Média. Para tal, Couto examina o retrato desse período histórico em jogos, filmes, série e outros produtos dessa indústria.

    Em Biografia, História e Colonialismo: o caso de João Albasini (1876-1922), Tiago Henrique Sampaio discute as potencialidades de pesquisa existentes na trajetória de vida de João Albasini, que atuou como diretor e escritor no jornal O Africano, periódico que circulou entre 1908 e 1919, fruto do desenvolvimento de uma imprensa oriunda da elite negra local em Moçambique, que buscava denunciar os abusos, a corrupção e os desleixos da administração lusitana naquele território.

    No terceiro artigo, intitulado A repressão à imprensa anarquista em São Paulo: Edgard Leuenroth e Rodolpho Felippe na mira do DEOPS/SP (1930-1937), André Rodrigues busca analisar a repressão policial sofrida pelos militantes anarquistas Edgard Leuenroth e Rodolpho Felippe, entre os anos de 1930 e 1937. O autor toma como objeto de estudo os prontuários policiais produzidos pelo DEOPS/SP, que, segundo ele, procuravam investigar não apenas os dois anarquistas, como também os jornais A Plebe e A Lanterna, demonstrando assim uma preocupação em interditar o discurso anarquista, especialmente quando era transmitido pela
    imprensa.

    A seguir, Felipe Trindade de Souza examina, no texto nomeado Do cangaço como ofício: uma análise da cultura profissional no bando de Lampião, a cultura profissional no bando de cangaceiros liderados por Lampião. Tratando os dados coletados a partir de conceitos presentes na Sociologia dos grupos profissionais, o autor demonstra em sua abordagem que Lampião e seus asseclas encararam o cangaço como um ofício e que o domínio dessa cultura profissional permitia ao cangaceiro manter-se no cangaço, ascender a postos na hierarquia do grupo e realizar uma conversão identitária.

    Já em Uma experiência com a educação patrimonial: reflexões sobre uma formação para o ofício do historiador, Emerson Naylton Bezerra Pereira e Fabricio Carlos Paulino Lopes compartilham um relato de experiência vivida no âmbito da disciplina Memória e Patrimônio Histórico, do Departamento de História da UFRN, na qual desenvolveram exercícios práticos que associaram os conceitos de memória, patrimônio e história, utilizando como metodologia a Educação Patrimonial.

    No sexto e último artigo, La evolución monetaria en las trece colonias: de la moneda de papel y el papel moneda fiduciario a la emisión unificada del dólar, Ricardo Méndez Barozzi analisa se a moeda utilizada no século XVIII, nas treze colônias da América do Norte, constituiu um passo fundamental para o proceso de independencia. Para isso, o autor busca examinar os antecedentes monetários nas colônias americanas no século XVII, bem como o posterior surgimento do Dólar Continental como o primeiro antecedente de uma emissão unificada de papel-moeda.

    A edição é encerrada com uma resenha escrita por Danilo Alves Bezerra acerca do proceso de pesquisa em História, tema central do livro Práticas de Pesquisa em História, produzido por Tânia Regina de Luca e lançado em 2020 pela Editora Contexto.

    Na expectativa de que todas e todos realizem boas leituras, nos despedimos.

    As Editoras. 

    Imagem: Blog do Bombeiros DF. Link de acesso: https://www.bombeirosdf.com.br/2021/03/cinco-estados-americanos-poem-fim-ao.html#.YkTsUgOltKo.whatsapp 

  • Mulher chorando (1937), de Pablo Picasso

    Abr./Jun. 2022 - Boletim Historiar
    v. 9 n. 02 (2022)

    No ar, mais uma edição do Boletim Historiar, revista avaliada com qualis A4 pela Capes, editada pelo Grupo de Estudos do Tempo Presente da Universidade Federal de Sergipe (GET/UFS/CNPq). Neste número, contamos com 7 artigos que versam sobre as variadas temáticas, como fascismo, ensino de História, educação e cotidiano da morte oitocentista, moda feminina, Plano Cruzado e Plano de Recuperação e direito penal romano.

    No primeiro capítulo, nomeado Le relazioni diplomatiche fra il governo nazionalista cinese e il governo fascista italiano (1930-1943), Aurora Grelli analisa a relação entre o Partido Fascista da Itália e o Partido Nacionalista de Chiang Kai-Shek. A partir da análise de documentos diplomáticos italianos, a autora observa como Roma sempre viu a China como um potencial aliado no oriente.

    A seguir, em O ensino de História por meio da produção de materiais didáticos interdisciplinares: experiências e aprendizagens no Ensino Fundamental, Karine Maria Lima Lopes e Yasmin Azevedo da Silva analisam os impactos da produção de materiais didáticos interdisciplinares no processo de ensino-aprendizagem de História, a partir da articulação de um projeto de pesquisa à atividade docente, no qual buscou-se desenvolver enfoques didáticos marcados pela interlocução entre saberes multidimensionais.

    No terceiro artigo, intitulado Nos tempos da palmatória: a educação oitocentista em um capítulo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Danrley de Lima Santos, tomando como base um capítulo do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas (1880), de Machado de Assis, e utilizando o método indiciário de Carlo Ginzburg, analisa alguns aspectos do universo escolar brasileiro durante o século XIX.

    Ainda no período oitocentista, Willames de Santana Santos discute as práticas e os símbolos da ritualística fúnebre do século XIX na cidade de São Cristóvão, estado de Sergipe. Ao longo do texto, que possui como título O cotidiano da morte oitocentista em São Cristóvão/SE e a proibição dos enterros nas igrejas (1849-1857), Willames analisa os ritos fúnebres domésticos e a preparação para a morte, a escolha das mortalhas e do local de sepultura, as missas pós-enterro, os pedidos das missas e os santos prestigiados.

    Já em A moda feminina como arauta do moderno na província do Paraná: um olhar sobre a imprensa, relatos de viagem e imagens, Graciele Dellalibera Mello e Juarez José Tuchinski dos Anjos examinam, a partir de fontes como a imprensa, os relatos de viagens e as imagens produzidas no período, as representações das mulheres, presentes na moda e nos espaços por elas ocupados, a fim de demonstrar que tais aspectos eram tidos como situações modernas e civilizadas em relação a períodos anteriores na sociedade paraense oitocentista.

    Em seguida, no texto intitulado Plano Cruzado e Plano de Recuperação: um estudo sobre o combate à hiperinflação em Israel e no Brasil, Karina Stange Calandrin e Gabriel Mizrahi analisam o combate à inflação em Israel e no Brasil nos anos 1980, destacando o Plano de Recuperação israelense e o Plano Real brasileiro. Por meio de fontes primárias e secundárias, Karina e Gabriel discutem os elementos de aproximação e divergência entre os planos, suas consequências e o debate de marcos teóricos na ortodoxia e heterodoxia econômica,

    Por fim, no artigo Direito “penal” romano? Por uma abordagem não-anacrônica e desigual, Afrânio Henrique Pimenta Bittencourt estuda as categorias do direito “penal” romano e suas mudanças ao longo do tempo, buscando oferecer uma crítica para uma abordagem não-anacrônica e desigual.

    Desejamos a todas e a todos uma ótima leitura!

    As Editoras.

    Imagem: Mulher chorando (1937), de Pablo Picasso

  • Jul./Set. 2022 - Boletim Historiar
    v. 9 n. 03 (2022)

    No ar, mais uma edição do Boletim Historiar, revista eletrônica vinculada ao Grupo de Estudos do Tempo Presente da Universidade Federal de Sergipe (GET/UFS/CNPq). Nesse número, temos 7 artigos que abordam temáticas como imprensa negra, discurso e mídia, sexualidades indígenas, ética neopentecostal, Brasil Império, História e Memória e Ditadura Militar.  

    No primeiro artigo, nomeado “Imprensa negra e resistência à ditadura no Brasil: o ressurgimento dos jornais negros na década de 1970”, Gabrielle Oliveira de Abreu apresenta de quais maneiras a imprensa negra foi mobilizada nas décadas de 1970 e 1980. A autora busca demonstrar a importância dos jornais alternativos enquanto instrumentos de luta para diversos segmentos do movimento negro.  

    A seguir, Luciano Taveira de Azevedo analisa o discurso produzido pela revista Veja sobre Luiz Inácio Lula da Silva. Intitulado “Discurso e mídia: uma análise da representação de Lula nas capas da revista Veja”, o texto problematiza as representações deste periódico sobre Lula.  

    Partindo da crítica à colonialidade e à normatividade, em “Sexualidades Indígenas: Two-Spirit e Queer of Colour enquanto crítica à colonialidade”, Luíza Zelinscki Lemos Pereira e Thífany Piffer buscam entrelaçar as teorias Queer of Colour e Two-Spirit a fim de entenderem as sexualidades indígenas.  

    Já em “Fé no indivíduo: aproximações entre o projeto econômico de Paulo Guedes e a ética neopentecostal”, Filipe Senos dos Santos examina, a partir de bases weberianas, a relação entre dois importantes eixos presentes na sociedade brasileira contemporânea: o projeto econômico de Paulo Guedes, Ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro; e a ética econômica produzida a partir da Teologia da Prosperidade, um pensamento religioso difundido em igrejas neopentecostais.  

    O quinto artigo, produzido por Romero Romulo da Silva Junior, nomeado “Entre frutas tropicais e porcelanas francesas: a formação do Estado imperial brasileiro e os poderes em construção na Província de Sergipe”, aborda o processo de organização dos poderes na província de Sergipe a partir das disposições do poder central. Para tal, o autor baseou-se num levantamento bibliográfico, bem como em ofícios produzidos referido período.  

    No penúltimo texto, “Fazer recordar os heróis do Jenipapo: história, memória e identidade em um monumento (1971-1973)”, Cláudia Cristina da Silva Fontineles e Antônio Jeferson de Sousa analisam como repercutiu a construção do Monumento aos Heróis do Jenipapo, em 1973, no município piauiense de Campo Maior, e suas relações com a memória, a história e a identidade. Recorre-se, para tal, à pesquisa bibliográfica, análise das reportagens do jornal A Luta e textos biográficos.  

    Por fim, Carlos Eduardo da Silva Pereira examina, através do atestado de ideologia e dos debates em torno dele, o momento de abertura política no Rio Grande do Sul e no cenário nacional. Além de combinar fontes diversas, o autor parte do princípio do atestado ideológico como uma instituição que fornece respostas para problemas em determinado período, situação e contexto. 

    Imagem: Ramos da Amendoeira em Flor de Vincent van Gogh.

  • Out./Dez. 2022 - Boletim Historiar
    v. 9 n. 04 (2022)

    Está no ar a última edição de 2022 da revista Boletim Historiar, vinculada ao Grupo de Estudos do Tempo Presente da Universidade Federal de Sergipe (GET/UFS/CNPq). Este número é composto por seis artigos e um resenha, que versam sobre temas como os símbolos nacionais e governo Bolsonaro; a Venezuela e a Bolívia no tempo presente; a liberdade de consciências nos Países Baixos; o ensino de história; Ferenc Puskás; e os fascismos.

    O primeiro texto, nomeado Os signos emocionais e a gestão das paixões políticas: sobre os (des)usos dos símbolos nacionais no governo Bolsonaro, é uma análise sobre a forma como Jair Bolsonaro manejou os signos emocionais na gestão política desde sua campanha eleitoral. Para isso, Diéssika Costa Silva e Gilberto Cézar de Noronha realizaram um levantamento dos registros da atuação política de Bolsonaro no acervo do jornal Folha de São Paulo.

    Já em A Venezuela no Tempo Presente e o Debate Conceitual entre Análise do Discurso Político, as Concepções de Revolução e o Conceito Revolucionário para Hugo Chávez, Maria Cllara Barbieri Farinha Marrafa objetiva desenvolver uma análise panorâmica da Venezuela nos últimos trinta anos, focando nos impactos causados pela inserção de medidas neoliberais no país.

    A discussão em torno de países latino-americanos segue com o artigo de Mayara de Oliveira Jardim, intitulado A Bolívia no Tempo Presente: o governo de Evo Morales (2006-2019) e a ruptura institucional de novembro de 2019, no qual a autora examina, com base em documentos oficiais e em periódicos, os acontecimentos que culminaram na renúncia de Evo Morales, em 2019, bem como a trajetória política do ex-presidente boliviano.

    Em Louise de Coligny e a liberdade de consciência nos Países Baixos, Vinicius Couto analisa as contribuições de Louise de Coligny e os efeitos de suas ideias durante o governo de Frederico Henrique, seu filho, em relação a grupos religiosos como os remonstrantes e os menonitas. Além disso, o autor apresenta um sumário com as contribuições de autores como Guilherme de Orange, Dirck V. Coornhert e Jacó Armínio com relação à temática da liberdade de consciência.

    No quinto artigo, O Ensino de História no Ensino Fundamental I: entendendo a história ensinada em uma turma de 5º ano no interior do Rio Grande do Norte a partir de um caderno de professor (2019), Rebeca Nadine de Araújo Paiva analisa o ensino de história em uma turma de 5º ano da Escola Municipal Antonio Carlos de Paiva, situada no interior do Rio Grande do Norte, utilizando como fonte o caderno de planejamento do professor da turma.

    Em seguida, no texto The Hungarian Legend Ferenc Puskás Historical moments, performance and memory in the Arab world, Zoltán Prantner e Abdallah Abdel-Ati Al-Naggar trazem um breve relato da história de vida do ex-jogador de futebol húngaro Ferenc Puskás, que, segundo os autores, desfruta atualmente de popularidade e reconhecimento no mundo árabe.

    Fechando a edição, temos a resenha de Diego Leonardo Santana Silva sobre o livro Passageiros da Tempestade: fascistas e negacionistas no tempo presente, de autoria de Francisco Carlos Teixeira da Silva e Karl Schurster, lançado em 2022 pela Cepe Editora em mídias física e digital.

    Imagem: Nenúfares, de Claude Monet. 

  • Jan./Mar. 2023 - Boletim Historiar
    v. 10 n. 01 (2023)

    Está no ar a primeira edição do Boletim Historiar do ano de 2023, composta por cinco artigos e duas resenhas que abordam variados assuntos como educação antirracista, 11 de setembro, revolução mexicana, humor gráfico lésbico, História Oral, Holocausto e o pensamento das direitas.

    No primeiro artigo, nomeado “Por que devemos construir uma educação antirracista e como fazê-la”, Paulo Roberto Alves Teles objetiva pensar um Ensino de História antirracista, bem como alternativas para sua implementação, tomando como base as transformações geradas pela lei 10.639/2003, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da História da Cultura Afro-Brasileira e da Africana.

     

    A seguir, Diego Leonardo Santana Silva e Katty Cristina Lima Sá apresentam algumas notas sobre o 11 de setembro, relacionando-o com os conceitos de tempo presente e de catástrofe. Para isso, os autores fazem uma análise desse acontecimento, analisam as consequências do ataque para além da história americana e, a partir das concepções de tempo presente e catástrofe, demonstram como o 11 de setembro foi um evento traumático.

    Já em “A revolução mexicana na visão alegórica do realismo maravilhoso: uma análise histórico-literária da obra Como água para chocolate de Laura Esquivel (1989)”, Matheus Santos Garcia de Carvalho analisa a obra Como água para chocolate como uma visão alegórica sobre a revolução mexicana na ótica do realismo maravilhoso, a partir da relação entre Literatura e História.

    No quarto texto, “As representações do humor gráfico lésbico usado nas páginas do ChanaComChana”, escrito por Kleire Anny Pires de Souza, são analisadas as publicações de humor gráfico produzidas por mulheres lésbicas na imprensa alternativa a fim de compreender as representações sociais dessas publicações.

    Na sequência, Gabriel Rocha da Silva e Marcelo de Sousa Neto examinam o estigma da hanseníase por meio das memórias de uma pessoa acometida em Teresina-PI, utilizando como metodologia a História Oral articulada a fontes oficiais, como o guia de controle da doença, as portarias, a legislação e os indicadores sobre essa condição.

    Na primeira resenha da edição, intitulada “Negação”, Rafaela Marques-Rafael discute o tema do negacionismo ao Holocausto a partir da obra Negacionismo: a construção social do fascismo no tempo presente, lançada em 2022 pela editora Edupe e organizada por Karl Schurster, Michel Gherman e Óscar Ferreiro-Vázquez, renomados pesquisadores sobre Antissemitismo, Holocausto e Paratradução.

    Por fim, na resenha “Refletindo o pensamento das Direitas no Brasil e no mundo”, Liliane Costa Andrade aborda a temática acerca dos pensamentos de Direita a partir do Novo Dicionário Crítico do Pensamento das Direitas: Ideais, Personagens e Instituições, lançado pela editora Edupe em 2022 e dividido em dois volumes.

    Capa: A Onda (1917), de Anita Malfatti

  • Abr./Jun. 2023 - Boletim Historiar
    v. 10 n. 02 (2023)

    No ar mais uma edição na Boletim Historiar, revista editada pelo Grupo de Estudos do Tempo Presente da Universidade Federal de Sergipe (GET/UFS/CNPq). Composto por cinco artigos e duas resenhas, esse novo número traz textos que discutem sobre temáticas como a relação entre História e Música, mais especificamente o rock; a imagem de Dilma Rousseff no jornal Folha de São Paulo; Ditadura Militar na Argentina; II Guerra Mundial em Sergipe; medidas de discriminação; e Fascismo.

    Abrindo a edição temos o artigo “Rock e Guerra Fria nos anos 1970: desilusões e reflexões de uma década em crise”, de Mônica Porto Apenburg Trindade. Situando sua análise no contexto da Guerra Fria, a autora busca entender como os anos 1970 foram refletidos nas canções de rock e na arte das capas dos álbuns produzidos por artistas e bandas estadunidenses e inglesas.

    Ainda no que se refere ao gênero musical Rock, Gustavo Silva de Moura apresenta o artigo “Um som moderno e atualizado”: Rock, imprensa e cultura no litoral piauiense nos anos de 1990”, no qual investiga as relações entre a Cena Rock e a imprensa no litoral do Piauí na década de 1990, a partir de entrevistas concedidas aos jornais A Libertação e Norte do Piauí.

    Quem também utiliza um jornal enquanto fonte é Bruno Erbe Constante. Com o título “Os enquadramentos produzidos pela Folha de São Paulo sobre Dilma Rousseff e seu governo (dez. 2015 – mai. 2016)”, seu texto busca compreender como o jornal Folha de São Paulo (FSP) construiu a imagem da petista Dilma Rousseff e de seu governo. O recorte temporal escolhido vai de 2 de dezembro de 2015, data do aceite da abertura de seu impeachment, até 12 de maio de 2016, quando a presidenta é afastada do executivo federal.

    Em seguida, no artigo nomeado “Mães e Avós da Praça de Maio e a História Mestra da Vida”, Lucas Barroso Rego analisa a atuação antiditatorial e mnésica das Mães e Avós da Praça de Maio, no contexto tanto histórico quanto atual em torno do último regime ditatorial militar argentino (1976-1983).

    Já Dilton Cândido Santos Maynard e Priscila Antônia dos Santos, no texto “À deriva: os ataques do submarino U-507 e a reação popular contra “súditos do Eixo” em Sergipe (1942)”, examinam as reações dos populares sergipanos aos chamados “súditos do Eixo” em decorrência do ataque do submarino U-507 a embarcações brasileiras no litoral do estado, em 1942.

    Por fim, temos a resenha de Alexandre Firmino dos Santos, “As medidas de discriminação e a esperança na mudança social, que gira em torno da obra As Medias de Discriminação, de Lívia Pizauro Sanches; e a resenha de Diego Leonardo Santana Silva, “As novas faces do Fascismo: um manual para estudar o tema”, acerca do livro As Novas Faces do Fascismo: populismo e a extrema-direita, de autoria de Enzo Traverso.

    Capa: Violino e Cântaro (1910), de Georges Braque

  • Jul./Set. 2023 - Boletim Historiar
    v. 10 n. 03 (2023)

    É com muita satisfação que lançamos a terceira edição da Boletim Historiar, revista eletrônica vinculada ao Grupo de Estudos do Tempo Presente da Universidade Federal de Sergipe (GET/UFS/CNPq). Esse novo número é composto por seis artigos e uma resenha que versam sobre os mais variados temas na área da História, como o ensino da história do Holocausto; a obra de Vicente Caruso; a imigração espanhola no Brasil; a gripe espanhola em Aracaju; a organização constitucional do Estado brasileiro; os povos indígenas da Amazônia; e a ditadura civil-militar no Brasil.

    Intitulado “Ensino da História do Holocausto por meio de Narrativas Gráficas: O Caso de Anne Frank”, no primeiro artigo, Karl Schuster e Karine Ferreira da Silva investigam a interação entre história, memória e as manifestações artísticas presentes nas graphic novels que abordam a vida e o legado de Anne Frank, com o objetivo de aprofundar a compreensão das diversas maneiras como o Holocausto é representado no contexto das histórias em quadrinhos. Para isso, foram analisadas as obras “O Diário de Anne Frank em Quadrinhos” (2017) e “À Procura de Anne Frank” (2021).

    No segundo artigo, nomeado “Pin-ups à Brasileira: Americanização, consumo e arte na obra de Vicente Caruso (São Paulo, 1950-1986)”, Júlia Scherer analisa o processo de americanização realizado através do American Way of Life naquilo em que ele se apresenta como arte impressa voltada ao consumo, a partir da estética pin-up. Nesse sentido, a autora recorre à obra do artista Vicente Caruso (1912-1986), um dos iniciadores dessa estética tanto na publicidade quanto na arte em geral.

    Já em “Españoles en marcha: inmigración y anarquía en el mundo del trabajo brasileño (1890-1917)”, Carolina da Cunha Rocha analisa as transformações no mundo do trabalho brasileiro tendo por foco a atuação dos imigrantes espanhóis no movimento anarquista no país (1890-1917). Para tal, a autora examina aspectos como a atuação política desse grupo estrangeiro, suas formas de associação, seu perfil de trabalho, assim como a presença de personagens emblemáticos.

    Em seguida, no texto “A gripe espanhola em Aracaju: sociedade, imprensa e poder público no contexto de progressão da influenza (1918-1919)”, Matheus Honorato da Silva Santos examina a progressão da gripe espanhola na cidade de Aracaju entre os meses de outubro de 1918 e janeiro de 1919, buscando delinear os impactos da epidemia na sociedade aracajuana e a postura do poder público diante do surto, considerando-se as condições sanitárias da cidade, o aparelhamento dos órgãos de saúde e os recursos então disponíveis para o combate ao morbo.

    No quinto artigo, “Aspectos da Organização Constitucional do Estado Brasileiro no Império e na Primeira República: continuidades e rupturas”, Antônio Gasparetto Júnior aborda aspectos gerais da administração do Império e da República no Brasil do século XIX, objetivando entender como funcionava a máquina administrativa no regime monárquico, destacando eventuais continuidades e rupturas no regime republicano.

    A seguir, Leandro Guimarães Ribeiro e Mara Genecy Centeno Nogueira, no artigo “Da Amazônia inventada de Spix e Martius aos livros didáticos: (re)produções de discursos sobre os povos indígenas na Amazônia”, buscam explorar e expandir a análise em relação às representações e (re)construções discursivas que envolvem os povos indígenas da Amazônia. Para tal, recorrem aos relatos históricos produzidos nas viagens de Johann von Spix e Carl von Martius durante sua exploração pelos rios amazônicos, estabelecendo um paralelo com os livros didáticos, a fim de identificar os elementos persistentes na narrativa histórica sobre os povos indígenas.

    Por fim, na resenha “Reflexões sobre a série ‘Em busca de Anselmo’: a trajetória de um traidor durante a ditadura civil-militar brasileira”, Lívia Maria Albuquerque Couto analisa a série “Em Busca de Anselmo” (2022), que explora a ditadura civil-militar no Brasil, mais especificamente a jornada de José Anselmo Santos, conhecido como Cabo Anselmo, oriundo de Itaporanga d'Ajuda – Sergipe, e trata sobre sua infiltração em grupos de esquerda durante o regime militar.

    Desejamos uma ótima leitura!

    Capa: Trem das sete (2010), de Mário Brazil

     

     

     

     

  • Out./Dez. 2023 - Boletim Historiar
    v. 10 n. 04 (2023)

    A Boletim Historiar, revista eletrônica de História vinculada ao Grupo de Estudos do Tempo Presente da Universidade Federal de Sergipe (GET/UFS/CNPq), classificada pela CAPES com o Qualis B1 (História), tem o prazer de anunciar o lançamento de sua quarta e última edição, referente ao ano de 2023.

    Essa publicação conta com sete artigos, cuja abordagem toca em temas diversificados, voltados para a relação entre cinema e Segunda Guerra Mundial, bem como cinema e terrorismo, os processos de construção imagético-discursivo acerca do Nordeste, o protagonismo de humoristas piauienses em programas eleitorais, políticas de educação e preservação patrimonial na cidade de Caicó-RN, questões que permeiam os discursos, práticas políticas e revoluções, além de um texto que busca analisar os aspectos da cultura política e católica anticomunista em Portugal.

    Com o título “Vai começar a sessão antinazista em Aracaju: uma análise sobre História, Cinema e Segunda Guerra Mundial”, Andreza Santos Cruz Maynard apresenta uma análise sobre o funcionamento dos cinemas aracajuanos durante a Segunda Guerra Mundial, com um enfoque direcionado à chegada dos filmes antinazistas. Para tanto, a autora privilegia as produções hollywoodianas que constituíam a maior parte da programação dos cinemas aracajuanos e apresentavam a Guerra sob a ótica estadunidense.

    Ainda sobre a relação entre história e cinema, no segundo artigo nomeado “Desumanizar para conquistar: uma análise da construção da imagem do terrorista como inimigo no Cinema geral”, Andrey Augusto Ribeiro dos Santos investiga o histórico das construções de personagens terroristas em um grupo de filmes selecionados, buscando evidenciar como estas estiveram ligadas a disputas políticas que se desenrolaram principalmente no contexto internacional. O objetivo principal é observar como o personagem do terrorista se insere nesta dinâmica, considerando como este rótulo tem uma conotação negativa nas arenas políticas.

    Enquanto isso, no texto “A invenção colonial do Nordeste: processos de construção imagético-discursiva sobre um espaço regional “antimoderno”, Keline Pereira Freire e Ana Ângela Farias Gomes examinam os debates acerca da situação de subjugação a que a região Nordeste tem sido colocada ao longo da história, com especial referência nos trabalhos de Durval Muniz Jr. Albuquerque. A proposta das autoras é alinhavar tal questão aos recentes debates sobre colonialismo e decolonialismo.

    Por sua vez, o artigo “Humoristas na propaganda eleitoral de Teresina em 2012”, discute o protagonismo de humoristas piauienses em programas eleitorais durante o segundo turno das eleições municipais de 2012, na capital do Piauí, disputado entre os candidatos Férrer (PTB) e Filho (PSDB). Higor Rafael de Sousa Aguiar e Cláudia Cristina da Silva Fontineles, autores do texto, analisam o trabalho desses artistas nas propagandas dos referidos candidatos, seja por meio de jingles políticos ou de clipes eleitorais, buscando identificar elementos e estratégias utilizadas com o fim de angariar votos por intermédio do cômico, elemento social capaz de quebrar a rigidez do discurso político e torná-lo mais atrativo ao público.

    Já em “Teu berço de duras rochas, te fez forte, Caicó: inventário do patrimônio cultural e ação educativa”, as autoras Ane Luíse Silva Mecenas Santos, Inácia Lohanny Souto Oliveria e Jakeline Romão dos Santos apresentam uma análise preliminar do projeto de extensão intitulado “Atalaia do alto sertão, Caicó eis farol e instrução’: inventário do patrimônio cultural e ação educativa”, cujo objetivo é promover ações de intervenção voltadas para políticas de educação e preservação patrimonial na cidade de Caicó-RN.

    No sexto artigo, intitulado “Discursos políticos e história nas revoluções cidadã e bolivariana”, Rafael Araujo discorre acerca do protagonismo dos governos de esquerda na América Latina, em um ciclo político denominado de onda rosa. A preocupação do autor é investigar a história, a historiografia e as ideias políticas das intituladas Revolução Cidadã (2007-2017), Equador, e a Revolução Bolivariana, iniciada em fevereiro de 1999 na Venezuela.

    Finalizando esta edição, Magno Francisco de Jesus Santos aborda “O milagre de Fátima”: aparições marianas e a cultura política católica anticomunista em Portugal (1917-1930)”. O artigo em questão tem como escopo a construção de uma cultura política católica anticomunista a partir dos usos das mensagens das aparições marianas no Santuário de Fátima em Portugal. Através de um amplo conjunto documental, o autor visa compreender o deslocamento temático das mensagens marianas, que passam a evidenciar uma conotação anticomunista que foi acionada na construção de uma cultura política católica.

    Desejamos uma ótima leitura!

    Capa: Paisagem (1931), de Tarsila do Amaral

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