As raízes africanas de uma doença brasileira – o banzo em Angola nos séculos XVII e XVIII

Autores

  • Kalle Kananoja Universidade de Helsinki

Resumo

Este artigo examina a doença do banzo ou melancolia no mundo atlântico português. O banzo surgiu no fim do século XVII em Angola, de onde o conceito se espalhou para o Brasil e Portugal. Inicialmente, era visto como uma doença mental que poderia ser contraída por qualquer pessoa, mas na segunda metade do século XVIII ela se transformou em uma doença dos negros. Esta transformação foi mais evidente nos escritos do médico português Francisco Damião Cosme, cujo manuscrito sobre as doenças da África Central tratou do banzo em detalhe. As respostas dramáticas dos escravos a sua condição, como o suicídio e o infanticídio, foram tratadas frequentemente na historiografia como formas de resistência dos escravos, mas este artigo sugere que, no estudo da escravidão, os historiadores poderiam enfocar mais as questões de saúde mental do que a resistência.

Palavras-chave: Banzo - Angola - Mundo atlântico - tráfico de escravos - história da medicina

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Publicado

2018-12-31

Como Citar

KANANOJA, Kalle. As raízes africanas de uma doença brasileira – o banzo em Angola nos séculos XVII e XVIII. Ponta de Lança: Revista Eletrônica de História, Memória & Cultura, São Cristóvão, v. 12, n. 23, p. 69–94, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/pontadelanca/article/view/10264. Acesso em: 18 abr. 2024.