Antônio Manuel Hespanha e a pluralidade de centros de poder político em Portugal: caminhos abertos pela concepção corporativista da sociedade portuguesa

Autores

  • Airles Almeida dos Santos Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História/ UFS

Resumo

A questão da centralização do poder político sempre foi colocada em pauta na análise a respeito da formação dos Estados europeus. Para o entendimento da instituição monárquica, poder central medieval e constituição do Estado Moderno, grandes correntes de pensamento atribuíam à Idade Média uma relação genealógica entre coroa, rei e Estado, uma visão centralista do poder. Porém, novos trabalhos vêm dando nova tônica à temática. O objetivo nesse artigo é problematizar a ideia de “centralização precoce” em Portugal na Baixa Idade Média (século XIV), apresentar as reflexões historiográficas tecidas por Antonio Manuel Hespanha a respeito da problematização da ideia dos temas que até então vinham sendo tratados pela historiografia institucionalista e apresentar o modelo corporativo como meio adequado para a explicação do corpo político medieval português. 

                                                                                        

Palavras-chave: Poder; Portugal; Idade Média; Historiografia.

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Biografia do Autor

Airles Almeida dos Santos, Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História/ UFS

Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História/ UFS

Integrante do Dominium: Estudos sobre Sociedades Senhoriais (CNPq-UFS)

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Publicado

2017-10-17

Como Citar

SANTOS, Airles Almeida dos. Antônio Manuel Hespanha e a pluralidade de centros de poder político em Portugal: caminhos abertos pela concepção corporativista da sociedade portuguesa. Ponta de Lança: Revista Eletrônica de História, Memória & Cultura, São Cristóvão, v. 10, n. 18, p. 80–97, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/pontadelanca/article/view/7564. Acesso em: 26 abr. 2024.