Batismo de fogo: imprensa e monumentalização da narrativa sobre o ataque de Lampião a Mossoró (1927- 1931)

Autores

  • Marcílio Lima Falcão Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

Resumo

Em treze de junho de 1927, por volta das 17 horas, um grupo de cangaceiros, liderados por Lampião atacou a cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Mapeados desde sua entrada no território potiguar, a trajetória dos cangaceiros foi narrada pela imprensa, especialmente o jornal O Mossoroense, como uma batalha entre a civilização e a barbárie. No jornal, a veiculação de telegramas, cartas e bilhetes evidenciou o horizonte de expectativa diante do famoso bandido, bem como apresentou, detalhadamente, seus crimes e estratégias de conquista. Tomando como referência documental a produção e circulação de saberes sobre os cangaceiros em O Mossoroense, o presente artigo tem como cerne refletir sobre o papel da imprensa na monumentalização do ataque e defesa a Lampião na cidade de Mossoró.

Palavras- Chave: Imprensa. Cangaço. Monumentalização. Mossoró

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Biografia do Autor

Marcílio Lima Falcão, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

Doutorado em História Social-USP. Pesquisa o uso político do passado no Brasil Republicano. Atualmente desenvolve estudos sobre o Regime Militar no Rio Grande do Norte.

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Publicado

2018-07-28

Como Citar

FALCÃO, Marcílio Lima. Batismo de fogo: imprensa e monumentalização da narrativa sobre o ataque de Lampião a Mossoró (1927- 1931). Ponta de Lança: Revista Eletrônica de História, Memória & Cultura, São Cristóvão, v. 12, n. 22, p. 43–61, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/pontadelanca/article/view/9379. Acesso em: 18 abr. 2024.