CURRÍCULO E RELAÇÕES DE PODER: ANÁLISE DE UMA REFORMA CURRICULAR PARA CURSOS DE PEDAGOGIA EM TEMPOS DE CONSERVADORISMOS
DOI:
https://doi.org/10.20952/revtee.v12i30.9376Resumo
O artigo tem por objetivo analisar uma das questões mais relevantes que integraram a agenda das discussões, nas últimas décadas, sobre os cursos superiores de Pedagogia no Brasil: o currículo. Para tanto, trabalhamos com a análise de uma reforma curricular que envolveu dois cursos de Pedagogia de dois Centros Universitários privados localizados nos estados de Minas Gerais e de São Paulo. Como referencial analítico fizemos uso das teorias críticas e pós-críticas do campo dos Estudos do Currículo. A partir de uma gestão colegiada, democrática e participativa, identificamos uma grande arena de luta em torno da construção curricular que envolvia questões pedagógicas versus questões econômicas. No entanto, destacamos que, mesmo em um contexto de instituições privadas, é possível questionar, resistir e produzir um currículo que favoreça posturas mais democráticas, inclusivas e plurais. O argumento central é o de que as discussões do campo do currículo, quando tratadas criticamente, contribuem com o avanço intelectual e político de uma instituição.
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