A IMPRENSA E O GOLPE: A INVENÇÃO DE MITOS HISTORIOGRÁFICOS

Autores

  • Jornal O Cruzeiro

Resumo

Coube largamente a mídia nacional, informada por interesses da oposição – em especial do governador do então estado da Guanabara, Carlos Lacerda, e o ex-presidente Juscelino Kubitschek, ambos candidatos à sucessão de João Goulart, criar um ambiente negativo e de derrocada do governo constitucional. Em especial a agitação entre os segmentos militares – como a Revolta dos sargentos abaixo noticiada – serviriam como estopim da crise de março de 1964. Coube a esta mesma mídia criar um importante mito da incapacidade do governo de Jango em negociar ou administrar o país. Ora, o presidente era acusado de ser um terrível comunista, ora era considerado fraco e manipulado pelos comunistas. Grande parte da historiografia ainda repete, a partir da imprensa da época, a tese da incapacidade de Jango em governar. Contudo, as ações do presidente, como a Anistia aos militares de baixa patente, fosse uma tradição brasileira (aplicada várias vezes quando a revolta era por parte de oficiais superiores). A imprensa não reconhece, ainda, hoje o papel de “agentes provocadores” pagos pelos Estados Unidos, como no caso do notório Cabo Anselmo.

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Publicado

2015-09-18

Como Citar

O Cruzeiro, J. (2015). A IMPRENSA E O GOLPE: A INVENÇÃO DE MITOS HISTORIOGRÁFICOS. Boletim Do Tempo Presente, (09). Recuperado de https://periodicos.ufs.br/tempopresente/article/view/4123

Edição

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Artigos