O Controle sobre os Espaços (Patrimonialização, Privatização e Monopolização): o Caso das Ondas de Surfe

Autores

  • Christophe Guibert O controle sobre os espaços (patrimonialização, privatização e monopolização): o caso das ondas de surf e Professor na Universidade de Angers

DOI:

https://doi.org/10.21669/tomo.v0i34.10152

Resumo

Neste artigo, as ondas do litoral costeiro são consideradas “materialidades naturais” que adquirem visibilidade principalmente através da sua qualidade para a prática do surfe. As ondas constituem um bom meio para identificar diferentes processos de apropriação. Considerando os territórios e suas configurações espaciais, assim como as vontades dos praticantes e/ou as formas de regulação política, três processos de apropriação de ondas são identificados, cada um levando a diferentes resultados, sejam de ordem política, econômica, sejam “identitária”. Em primeiro lugar, as ondas de surfe podem ser patrimonializadas a fim de identificação territorial (principal caso analisado aqui). Elas também podem ser pura e simplesmente privatizadas, a fim de alcançar lucros estritamente econômicos. Finalmente, elas podem ser mais ou menos monopolizadas, a fim de manter uma comunidade fechada em si mesma. Essas três formas de apropriação, constituídas a partir de casos analisados em diferentes pesquisas de campo, permitem insistir no fato de que os processos de apropriação de um objeto homogêneo como a onda podem trazer resultados completamente diferentes.

Palavras-chave: Ondas de surfe. Processos de apropriação. Patrimonialização. Privatização. Monopolização

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Publicado

2019-01-03

Como Citar

Guibert, C. (2019). O Controle sobre os Espaços (Patrimonialização, Privatização e Monopolização): o Caso das Ondas de Surfe. Revista TOMO, (34), 7–35. https://doi.org/10.21669/tomo.v0i34.10152

Edição

Seção

Artigos Livres