O amor como objeto socioantropológico: um estudo das emoções e moralidades sobre o "Feminejo"
DOI:
https://doi.org/10.21669/tomo.vi41.17469Palavras-chave:
Amor, Objeto socioantropológico, Antropologia das emoções e moralidades, FeminejoResumo
O presente artigo buscou problematizar as noções êmicas de Amor acionadas no campo empírico da indústria cultural autointitulada Feminejo e da emergente juventude agrourbana brasileira consumidora destes discursos e práticas. Põe em relevo, nesse sentido, a lógica simbólico-interacional e moral-emocional em torno dos dramas cantados, encenados e vividos por artistas e pessoas comuns no formato de traição, amor autêntico, ser a outra, ser a amante, paixão de balada etc. Distante, porém, de buscar esgotar a análise sobre esse movimento ético-estético para o consumo juvenil massificado, o presente argumento, ainda em formato ensaístico próprio do momento inicial de pesquisa acadêmica, mergulha na categoria de mulheres amantes do empreendedorismo afetivo exemplificado no Feminejo. Para tanto, norteia-se no acúmulo teórico da Sociologia e Antropologia das Emoções e Moralidades sobre a Etnopsicologia Ocidental em suas noções densas de Self, Amor, Reciprocidade, Sentimentos e Emoções.
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