O amor como objeto socioantropológico: um estudo das emoções e moralidades sobre o "Feminejo"

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21669/tomo.vi41.17469

Palavras-chave:

Amor, Objeto socioantropológico, Antropologia das emoções e moralidades, Feminejo

Resumo

O presente artigo buscou problematizar as noções êmicas de Amor acionadas no campo empírico da indústria cultural autointitulada Feminejo e da emergente juventude agrourbana brasileira consumidora destes discursos e práticas. Põe em relevo, nesse sentido, a lógica simbólico-interacional e moral-emocional em torno dos dramas cantados, encenados e vividos por artistas e pessoas comuns no formato de traição, amor autêntico, ser a outra, ser a amante, paixão de balada etc. Distante, porém, de buscar esgotar a análise sobre esse movimento ético-estético para o consumo juvenil massificado, o presente argumento, ainda em formato ensaístico próprio do momento inicial de pesquisa acadêmica, mergulha na categoria de mulheres amantes do empreendedorismo afetivo exemplificado no Feminejo. Para tanto, norteia-se no acúmulo teórico da Sociologia e Antropologia das Emoções e Moralidades sobre a Etnopsicologia Ocidental em suas noções densas de Self, Amor, Reciprocidade, Sentimentos e Emoções.

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Biografia do Autor

Raoni Borges Barbosa, Universidade Federal do Rio Grande no Norte (UFRN)

Pesquisador Bolsista DCR-CNPq/FAPEPI (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí). Doutor em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco.

Jean Henrique Costa, Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN)

Professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Cientista Social. Doutor em Ciências Sociais. Pós-Doutorado (UACJ, México.

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Publicado

2022-07-12

Como Citar

Barbosa, R. B., & Costa, J. H. (2022). O amor como objeto socioantropológico: um estudo das emoções e moralidades sobre o "Feminejo" . Revista TOMO, (41), 167–198. https://doi.org/10.21669/tomo.vi41.17469

Edição

Seção

DOSSIÊ

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